Morta com um tiro de revólver na parte de trás da cabeça que saiu pela frente, a estudante de enfermagem Jennifer Caroline Gomes de Lima, 33 anos, iria com a mãe na 14ª Delegacia de Polícia (Gama) para registrar boletim de ocorrência por receber ameaças da ex-companheira, Janeide Santos, 44, mas foi assassinada antes disso.
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Mãe da vítima, Juscilene Gomes, 54, estava em uma viagem, em São Paulo, quando recebeu a notícia do falso latrocínio que a filha sofreu em 14 de outubro de 2021. A ex-companheira dela contratou um matador de aluguel por não aceitar o fim do relacionamento de 12 anos e por ciúmes da nova namorada de Jennifer.
Juscilene pede por justiça e que o executor, que ela considera um monstro, seja preso com pena máxima. A progenitora reconhece que nada vai trazer a filha de volta, mas se sente um pouco mais aliviada sabendo que a mandante encontra-se presa na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia.
“Logo logo, espero que esse executor seja encontrado, porque o que ele fez foi muita covardia. Minha filha estava saindo para trabalhar e ele tirou tudo que eu tinha", emociona-se.
Entenda o caso
Identificada como Janeide Santos, de 44 anos, a suspeita de mandar matar a ex-companheira, Jennifer Caroline Gomes de Lima, 33, foi presa nessa quarta-feira (20/12) após ter sido indiciada por ser a mandante do assassinato em 14 de outubro de 2021, no Setor Leste do Gama. As investigações da operação Falso Latrocínio, da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), mostram que a autora, com nome obtido a partir de pesquisa em redes sociais, contratou um matador de aluguel.
Por volta das 6h do dia do crime, quando Jennifer saía de casa para ir ao trabalho, o comparsa de Janeide atirou na cabeça da mulher, que morreu no local. A mandante, por ter tido relacionamento amoroso com a vítima, conhecia a rotina de trabalho dela. Junto com o executor, ela ficou na esquina da rua da vítima e esperou o momento em que ela iria sair da residência para dar o sinal ao assassino, que simulou um assalto e matou a vítima com um tiro na cabeça.
A Polícia Civil do DF acrescenta que a vítima estava ajoelhada no momento do disparo de arma de fogo, conforme mostram as imagens. Após dois anos de investigação, o poder judiciário acatou pedido da 14ª DP para decretar a prisão preventiva da mandante de homicídio contra ex-companheira.
Motivação
A motivação para o crime seria o término do relacionamento entre Janeide e Jennifer, que começou um novo relacionamento com outra mulher. Na época, a autora fez ameaças à vítima e à nova companheira dela.
Durante o trabalho dos policiais investigativos, Janeide apagava provas na tentativa de atrapalhar a investigação da PCDF. Os policiais conseguiram juntar diversas evidências sobre a autoria e a materialidade do crime, além de demonstrar os riscos de deixar a acusada em liberdade, com a chance de fuga.
Os policiais consideraram a gravidade do crime praticado e o pavor que as testemunhas relataram em relação à mandante, além das movimentações na tentativa de Janeide não ser localizada. Segundo a 14ª DP, as ameaças contra a vítima e contra quem se aproximasse dela eram intensas. As testemunhas descreveram um perfil de psicopatia com ciúmes possessivos.
Confira a seguir um vídeo que mostra áudio de Janeide ameaçando a última companheira de Jennifer. "Comprei um brinquedinho que tem um buraquinho, mas vai fazer dois em você", diz.
“Diversas testemunhas só colaboraram a partir da prisão da autora. Trata-se da investigação de homicídio mais complexa da 14ª Delegacia de Polícia dos últimos anos. Esperamos que, com a prisão e divulgação, haja novas denúncias acerca da identidade do executor do sexo masculino que aparece nas imagens”, afirma o delegado-chefe adjunto da unidade, Ricardo Willian.
Devido ao intenso temor que a autora causava nas testemunhas, algumas delas só colaboraram com a investigação após a prisão de Janeide. Agora, a Polícia Civil aguarda o envio de denúncias anônimas que ajudem a identificar o executor do falso latrocínio. As ligações podem ser realizadas pelo telefone 197 da PCDF.
Com a decisão judicial, a autora vai responder ao processo presa e a investigação prossegue para identificar o executor.
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