VIA ESTRUTURAL

Reforma desafoga trânsito na Via Estrutural

Mais de cem mil motoristas passam diariamente pelo trajeto de 26 quilômetros da DF-095. Obra foi entregue no sábado (16/12). Ainda faltam plantio de grama, sinalizações, instalação de meios-fios e de defensa metálica

No primeiro dia útil após entrega da obra, condutores disseram que reduziram o tempo para chegarem ao destino -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
No primeiro dia útil após entrega da obra, condutores disseram que reduziram o tempo para chegarem ao destino - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 19/12/2023 06:00 / atualizado em 19/12/2023 06:00

A reforma da rodovia DF-095, popularmente conhecida como Via Estrutural, desafogou o trânsito na região. Há usuários que relatam ter reduzido em 20 minutos o tempo para chegar ao destino.

Diariamente, passam mais de 100 mil condutores ao longo dos 26 quilômetros da via — 13 em cada sentido. Vendedora de uma loja de material de construção, Cícera Maria Ferreira de Souza, 49 anos, percebeu a melhora na rotina. Por volta das 6h15, ela sai de casa, do Setor Habitacional Vicente Pires, e embarca em um ônibus rumo ao trabalho. "Nos outros dias, com a pista interditada, eu demorava bastante para chegar no serviço, mas tem sido bem rápido. Como as pistas estavam interditadas, demorava um pouco mais. Um trajeto de cinco minutos, eu fazia em meia hora", lembra.

Cícera avalia que, com a qualidade da pista, o trânsito deve fluir melhor, principalmente para ela que é usuária de transporte coletivo. "Dá para ver que a pista está mais lisinha. Andar de ônibus é mais desconfortável do que de carro. Agora, vai amenizar muito o engarrafamento. Vai ser bem rápido para chegar na loja", comemora.

O morador de Taguatinga Norte Lucas Gabriel de Magalhães, 24, dono de um supermercado próximo à rotatória de entrada da Cidade Estrutural, diz que demorava mais de uma hora para chegar ao trabalho e, agora, está mais rápido. "Tenho que estar aqui às 7h30, e saio de casa às 6h. Com a liberação da pista, chego em 15 minutos, principalmente agora com as férias escolares", conta.

Lucas acredita que, nos horários de pico, o trânsito ainda vai seguir engarrafado. "Não vai mudar muita coisa, porque só fizeram a revitalização do asfalto e não estenderam mais a pista. Imaginei que iriam colocar mais uma faixa. A pista ainda fica tremendo um pouquinho, mas está bem melhor do que antes, porque era cheia de remendos. Era muita 'buraqueira' até chegar em Taguatinga. Estourava o pneu dos caminhões, que ficavam parados na beira da pista", detalha o comerciante.

  • Cícera Maria Ferreira de Souza, 49, passa pela Via Estrutural de ônibus para ir trabalhar
    Cícera Maria Ferreira de Souza, 49, passa pela Via Estrutural de ônibus para ir trabalhar Pedro Marra/CB/D.A. Press
  • Caminhoneiro Jailton Borges da Silva, 37, não vê melhora no congestionamento após obra na Via Estrutural
    Caminhoneiro Jailton Borges da Silva, 37, não vê melhora no congestionamento após obra na Via Estrutural Pedro Marra/CB/D.A. Press
  • Dono de supermercado, Lucas Gabriel de Magalhães, 24, espera melhora no engarrafamento
    Dono de supermercado, Lucas Gabriel de Magalhães, 24, espera melhora no engarrafamento Pedro Marra/CB/D.A. Press

Pista de concreto

Com 150 mil toneladas de concreto — o equivalente a cerca de 10 mil caminhões-betoneiras cheios —, os buracos e as irregularidades na rodovia deram lugar a um tapete de concreto estruturado em camadas de 21 centímetros pelos 13 quilômetros de cada sentido. 

Assim como Lucas, o caminhoneiro Jailton Borges da Silva, 37, que faz entregas de frete no DF há 15 anos, percebe que há trepidação na via. "Não sei se é porque o caminhão é pesado, mas sinto isso. O engarrafamento vai continuar o mesmo, porque não aumentaram as faixas. Acho que não vai melhorar tanto", complementa. Jailton lembra que demorava uma hora e meia para fazer entregas durante as obras do local. "Espero que a reforma da pista melhore um pouco, pelo menos", conclui.

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) explica que, com a vida útil superior ao asfalto comum, o de concreto suporta cargas mais pesadas, como as de caminhões e ônibus, sem sofrer deformações ou danos significativos. Por isso, é indicado a rodovias de grande movimentação. 

A sensação de trepidação ocorre porque o motorista para pelas juntas de dilatação do concreto. Isso faz parte da tecnologia empregada, o whitetopping, que compreende a colocação de concreto de 21cm de espessura por cima do asfalto existente.

Obra

Inaugurada no sábado (16/12)pelo governador Ibaneis Rocha, a obra custou R$ 80 milhões, destinados pela Agência de Desenvolvimento (Terracap), em um trabalho desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF). O objetivo é garantir mais mobilidade entre importantes regiões do DF com uma vida útil de 20 anos do pavimento, que vai até Águas Lindas de Goiás.

A via interliga o Plano Piloto com regiões como Ceilândia, Vicente Pires, Taguatinga, Águas Claras e Samambaia, onde mora Carlos Henrique dos Santos, 45. Ele costuma passar pela pista e percebeu a melhora do trânsito. "Ir para o Plano Piloto agora é bem rápido. Chega a ser 20 minutos mais rápido", opina.

Carlos observa que a reforma deixou a via melhor do que antes. "Estava uma dificuldade no trânsito com um asfalto ruim para os carros. Agora, com o concreto, melhorou porque fica mais liso o chão", comenta Carlos.

O DER-DF, que é responsável pela pista, completa que, agora, vai se focar na instalação de meios-fios, além das sinalizações horizontal e vertical, e o plantio de grama. As defensas metálicas serão colocadas por meio de outro processo licitatório. Essas novas obras vão ocorrer ao longo dos próximos três meses. A fiscalização é realizada tanto por agentes quanto por câmeras de monitoramento.

 

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