PROJETO

Aprovado projeto para tornar Feira do Troca patrimônio cultural de Goiás

Projeto aprovado na última semana aconteceu dias antes de confusão que chegou a envolver a polícia, em Alexânia. Para a proposta se tornar lei, deve ser sancionada pelo governador Ronaldo Caiado

Registro da última edição da Feira do Troca, em Olho d'Água, em junho  -  (crédito: Azelma Rodrigues )
Registro da última edição da Feira do Troca, em Olho d'Água, em junho - (crédito: Azelma Rodrigues )
postado em 11/12/2023 23:48

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou, no final do mês passado, o projeto de lei que reconhece a Feira do Troca de Olhos d’Água, em Alexânia (GO) — Entorno do Distrito Federal — como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Goiás.

O projeto é de autoria do deputado estadual Delegado Eduardo Prado (PL). Na justificativa, o parlamentar cita que a feira foi criada em 1974, pela ex-professora da Universidade de Brasília (UnB) Laís Aderne, como parte de um projeto de arte e educação. Além disso, o evento que ocorre duas vezes ao ano, nos primeiros finais de semana dos meses de junho e dezembro, traz manifestações artísticas e culturais da região.

A proposta tramitou na Comissão de Cultura, Esporte e Lazer e na de Comissão de Constituição, Justiça e Redação. No plenário, o projeto foi aprovado em dois turnos e redação final pelos 20 parlamentares presentes na sessão. Agora, o projeto segue para sanção do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

Caso de polícia

Mas, poucos dias depois de ser aprovada na Assembleia Legislativa, a tradicional Feira do Troca, virou alvo de polícia. De acordo com moradores, em 4 de dezembro, o evento foi interrompido pela Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) que, segundo os habitantes da região, teriam sido acionados a pedido do padre da Paróquia Santo Antônio.

Na época, a reportagem conversou com moradores. A presidente da Associação Comunitária de Olhos d’Água, Mariana Bulhões, relatou a abordagem truculenta da polícia goiana, com a utilização de spray de pimenta e cassetetes. “Depois de 50 anos depois da feira da troca, tivemos esse episódio que marca tristemente a nossa história. Nunca tivemos problemas de conflito com a igreja”, contou.

“Chegamos ao ponto de não ter a praça livre para a feira. Nós sempre respeitamos os horários da missa, além da programação deles. O que parece é que a igreja quer destruir com as tradições e a identidade do povo, porque sabem que um povo sem cultura, é um povo cego, sem futuro. É muito triste a atitude do padre, de querer acabar com a nossa identidade dessa maneira. Mas, resistiremos”, completou Mariana.

Na última semana, a reportagem do Correio mostrou que a realização da tradicional feira pode estar de mudança da Praça Santo Antônio, em frente à igreja. A decisão partiu da própria paróquia, em junho deste ano, na última edição ocorrida da Feira do Troca, o que dividiu opiniões entre os artesãos e a comunidade. A Diocese de Anápolis, proprietária do espaço, afirma que o local passará por obras de revitalização.

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