A maior parte dos casos de dor nas costas não tem relação com patologias. Elas são consequência de má postura e hábitos nocivos à saúde da coluna. É o que revela o ortopedista e traumatologista José Humberto Pereira Júnior. Convidado do programa CB.Saúde, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, o profissional explica que o uso contínuo de aparelhos eletrônicos têm expressiva participação nesse quadro. Em entrevista à jornalista Carmen Souza, o especialista também desencoraja a ingestão de anti-inflamatórios como solução para o incômodo, uma vez que o uso excessivo acarreta problemas renais.
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) informam que cerca de 80% da população mundial tem ou terá dor na coluna. Dentro desse cenário, José Humberto informa que o problema, atualmente, é generalizado. “No consultório, vemos pacientes desde adolescentes até idosos com dores nas costas, sendo seu motivo principal as questões posturais e as relacionadas à parte ocupacional também, por não ficar numa boa posição”, diagnosticou.
Tão comuns, as reclamações de dor nas costas a segunda maior queixa nos prontos socorros, atrás apenas das dores de cabeça. Grande parte desses casos não está ligada a patologias, como escoliose ou hérnia de disco. “Dores transitórias são as sentidas no dia a dia. Mas se é uma dor que causa limitação funcional, está associada a dormência dos dedos do pé, fraqueza nas mãos, que dura ali de dois dias até uma semana, essas sim são as que chamam a atenção e que devem ser avaliadas para prevenir complicações maiores”, orientou.
Dentre os agravantes desse desconforto corriqueiro, o doutor destaca que é comum passar horas em frente a telas e aparelhos, o que leva os usuários a manter uma postura ruim por muito tempo. “Quem trabalha com notebook também vai ficar com a cabeça inclinada e isso sobrecarrega um pouco mais essa musculatura (cervical). Principalmente quando se fica acima de 40 minutos ou uma hora direto, há mais chances de desenvolver mialgias”.
Da mesma forma, o ortopedista desaconselha o excesso de anti-inflamatórios. “De fato, eles proporcionam alívio, mas em contrapartida tem a questão da sobrecarga renal e o risco de desenvolver uma insuficiência. Tem a questão do estômago também, desenvolver uma gastrite ou úlcera gástrica”, concluiu.
Assista o programa completo em:
*Estagiário sob supervisão de Patrick Selvatti
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