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A visita de um beatle ao Clube do Choro teve exigências; veja o que rolou

Presidente do tradicional centro cultural de Brasília, Reco do Bandolim destacou a relevância da apresentação surpresa de Paul McCartney no local e contou sobre exigências feitas pela equipe de produção do artista inglês

Jornalistas Severino Francisco e Nahima Maciel receberam, no Podcast do Correio, Reco do Bandolin e Henrique Neto. -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Jornalistas Severino Francisco e Nahima Maciel receberam, no Podcast do Correio, Reco do Bandolin e Henrique Neto. - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
postado em 05/12/2023 06:09

A apresentação do cantor e compositor Paul McCartney no Clube do Choro de Brasília, em 28 de novembro, não foi apenas uma grata surpresa para os fãs, mas também para o tradicional centro de cultura da capital federal. Se o público considerou um dos melhores shows da vida no Mané Garrincha dois dias depois, o espetáculo intimista para mais de 500 fãs deixou um impacto significativo na vida de Reco do Bandolim, presidente do local. Ele foi um dos convidados do Podcast do Correio, junto de Henrique Neto, diretor da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello. A conversa foi conduzida pelos jornalistas Nahima Maciel e Severino Francisco.

Perguntado sobre o bastidor para realização do show do eterno beatle no Clube do Choro, Henrique explicou que foi preciso ter restrições, como não divulgar o evento com antecedência. O aviso sobre a possibilidade da apresentação no local chegou um mês antes por meio da produção local, que fez intermediação com a equipe da Inglaterra e fez um pedido de sigilo absoluto. "Passou-se esse tempo e, uma semana antes do show, eles oficializaram dizendo que a equipe do Paul iria fazer esse evento ali. Perguntaram se a gente estava de acordo com algumas exigências", conta o diretor da Escola Brasileira de Choro.

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O clube precisou fazer algumas adaptações na parte técnica, como instalação de alarme, reforço na segurança e outros detalhes que não teriam tempo hábil para serem cumpridos, mas que a produção do inglês ficou responsável. "Eles fizeram várias adaptações no prédio, com bomba hidráulica, hidrante, trocaram uma coisa no camarim. Foi muito pensado na segurança do Paul e do público. A própria equipe bancou isso e ficamos honradíssimos com esse contato, por eles terem tido esse interesse de se apresentar. O engraçado é que, quando anunciamos, muita gente perguntou se era fake news, porque realmente era uma coisa muito inusitada", lembra Henrique.

Presidente do clube, Reco do Bandolim detalha o impacto da apresentação de Paul McCartney que se entrelaça com a importância de uma escola de choro. Isso porque o cantor inglês estudou a história do espaço, desde o fato do projeto ser de Oscar Niemeyer à similaridade com uma escola de música em Liverpool, que faliu, mas ele mandou reformar durante o auge da fama com a banda. "Ele restaurou a escola, que hoje tem 4 mil estudantes. Tem um clube em Liverpool, The Cavern Club, tem similaridade com o Clube do Choro", acrescenta.

"A decisão dele não foi à toa. Ele viu que é a primeira escola brasileira de choro. Eu e Henrique tentamos explicar (para a produção do cantor) o que era a escola, mas quando começamos a falar, disseram que eu não precisava porque o Paul já tinha lido tudo a respeito. Tenho a impressão de que o palco do Clube do Choro agora ficou sagrado. Todos os músicos que vierem a Brasília, vão querer se apresentar lá", completa Reco do Bandolim.

 

  • Podcast do Correio recebeu o diretor da Escola de Música Raphael Rabello para falar do show do Paul McCartney no Clube do Choro
    Podcast do Correio recebeu o diretor da Escola de Música Raphael Rabello para falar do show do Paul McCartney no Clube do Choro Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
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