A fisioterapeuta Camylla Alvino denunciou, em seus stories, no Instagram, que teria sido vítima de racismo por parte de funcionários da Centauro e do shopping Iguatemi Brasília, nesta sexta-feira (1º/12). Camylla contou que foi até o estabelecimento para experimentar um top, mas decidiu visitar outras lojas antes da compra. Quase uma hora depois, já perto da saída do shopping, a fisioterapeuta foi abordada pela vendedora da Centauro e por seguranças do Iguatemi.
A vendedora alegou que itens foram roubados do provador que Camylla teria usado. A profissional de saúde negou as acusações e disponibilizou a bolsa para a vistoria, o que foi negado.
Pelas redes sociais, Camylla contou que a vendedora já havia chamado a polícia e os seguranças queriam levar ela para uma "salinha" para resolver o assunto. “Eu falei que não ia para salinha nenhuma até que meu marido chegasse,” afirmou.
Quando chegou, ele perguntou se outras pessoas foram abordadas sobre o possível roubo, mas a representante da loja confirmou que apenas a fisioterapeuta foi abordada. A profissional contou que realizou um boletim de ocorrência sobre o caso.
“Eles foram atrás de mim por causa da minha cor. Porque acharam que eu não tinha saldo para comprar um top”, disse Camylla, pelas redes sociais.
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Em nota, a loja repudiou o ocorrido e disse ter demitido a funcionária. O shopping diz lamentar o ocorrido e afirmou que não tolera "este tipo de conduta".
Veja a nota completa do shopping Iguatemi:
"O Iguatemi Brasília esclarece que assim que teve ciência do caso, rapidamente acionou os envolvidos para as devidas apurações e providências. O shopping repudia veementemente qualquer tipo de preconceito, reitera que não tolera este tipo de conduta e está à disposição das autoridades competentes."
Veja a nota completa da Centauro:
"A Centauro está acompanhando de perto e com seriedade o episódio ocorrido em uma de suas lojas em Brasília, na sexta-feira, por volta de 17h. Uma colaboradora realizou uma abordagem indevida a uma cliente, indo contra uma orientação expressa do gerente responsável naquele momento.
Lamentamos o ocorrido e ressaltamos que esse comportamento não é prática da companhia. Por conta disso, a Centauro realizou a demissão da funcionária.
Também já realizamos o contato com a cliente para ouvi-la e nos colocamos à disposição para tomar medidas adicionais.
A Centauro não tolera atos de discriminação e preconceito. A empresa reforçará os procedimentos e treinamentos internos, que visam assegurar que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivoparatodos."
Repercussão
Também pelas redes sociais, o deputado distrital Fábio Félix (Psol-DF) prestou solidariedade a Camylla e relembrou o caso de racismo que a porta-bandeira Dona Vilma Nascimento sofreu no aeroporto de Brasília. “Já entrei em contato com a Camylla e vamos atuar através da Comissão de Direitos Humanos da CLDF. Uma pessoa negra não pode ser constrangida porque algum funcionário olhou para a cor da sua pele e achou que ela é potencialmente criminosa. O racismo institucional não pode ser naturalizado”, escreveu o parlamentar.
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