Em dezembro, o pagamento da primeira parcela do 13º salário, as festas, confraternizações e presentes aquecem o comércio. Pesquisa do Instituto Fecomércio-DF (IF-DF) revela que, no Natal deste ano, as vendas devem crescer em média 23,9% em relação a 2022 e a expectativa é que o comércio da capital movimente cerca de R$ 830 milhões. No primeiro dia do mês, o movimento na Feira dos Importados, um dos maiores centros comerciais do Distrito Federal, mostra que as estatísticas não estão equivocadas.
Em uma ronda pelos quatro blocos da feira, o Correio pôde aferir a percepção dos comerciantes. O presidente da Cooperativa de Produção e Compra em Comum dos Empreendedores da Feira dos Importados do Distrito Federal (Cooperfim), Damião Leite, estima que, em geral, as compras possam ser 20% maiores em relação à mesma época do ano passado. "É um ano com maior recuperação da pandemia, e isso gera boas expectativas", aponta.
Dono de uma loja de artigos esportivos há 26 anos na feira do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Raimundo Sabino, de 62 anos, conta que as pessoas já estão adiantando as compras e o valor costuma variar de R$ 100 a R$ 150 reais por presente. "As expectativas estão muito boas porque no final do ano as vendas sempre melhoram. Acredito que aumente de 20% a 30%", conclui.
Promoções
Ana Frota, 42, é proprietária de uma loja de calçados femininos e tem sentido que, depois do pagamento da parcela do 13º salário, as vendas tiveram um acréscimo. "Eu já percebi uma alavancada excelente nas vendas, tanto na minha loja física quanto na on-line", revela. A comerciante tem observado que boa parte das vendas tem sido para a brincadeira de amigo oculto de empresas. "A gente tem uma demanda muito grande para esse público que vai participar da troca de presentes", comenta.
Henrique Moraes, 32, é gerente comercial em uma loja de produtos eletrônicos. Ele estima que as vendas aumentem em 30% com a chegada do final do ano. "Dezembro começou e estamos preparando muitas promoções e montando um estoque de produtos", avisa o comerciário, empolgado.
Público feminino
Há quem vá além da previsão. Laudiceia Lopes da Silva, 47, há 24 anos no comércio de roupas femininas, lembra que as mulheres sempre querem estar lindas para o Natal e o réveillon. Com muitos eventos sendo anunciados na capital, ela espera que as vendas aumentem em 40%. "As pessoas estão com dinheiro para investir", conclui.
A executiva de vendas Delaine Lima, 33, confirma: recebeu a primeira parcela do 13º salário e conta que vai gastar esse dinheiro com presentes. "No final de ano, eu gosto de investir em mim e nas pessoas que eu amo. Vou presentear a família e vou aproveitar o dinheiro extra para comprar roupas para as festas de Natal e ano novo. Quero me sentir linda e especial para coroar a virada deste ano para um ainda melhor", avisa.
Contratação
Dados da Pesquisa de Contratação de Mão de Obra Temporária do Instituto Fecomércio-DF revelam que 50,5% dos lojistas têm expectativa de contratar funcionários para atender as demandas dos consumidores durante neste fim de ano. Esse índice é o maior registrado nos últimos sete anos pesquisados. Com isso, a previsão é que o comércio abra cerca de 4,3 mil vagas temporárias.
Nos segmentos de maior representatividade nas vendas de Natal — que engloba calçados; cama, mesa e banho; cosméticos e perfumarias; eletrônicos; materiais esportivos; supermercados; e vestuários e acessórios — o percentual de expectativa de contratação sobe de 50,5% para 68,36%.
"Esta é a principal data para o comércio e as expectativas de vendas maiores que as do ano passado têm gerado um alto índice de otimismo por parte dos lojistas", observa o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire.
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