Uma megaoperação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou a atual estrutura do Comboio do Cão, facção oriunda do DF, na manhã desta terça-feira (28/11). Foram cumpridos 57 mandados judiciais, sendo 22 de prisão cautelar e 35 de busca e apreensão contra os integrantes da organização criminosa.
A operação Shot Caller é coordenada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor). De origem local, a facção é considerada responsável por uma série de crimes em diversas regiões da capital, com atuação na prática de crimes violentos em contexto de “guerra” pelo controle de territórios e pontos de tráfico de drogas, além de roubos e tráfico de armas de fogo.
O Comboio do Cão sofre com os revezes das operações policiais. Nos últimos quatro anos, foram feitas cinco operações policiais. Em uma delas, o líder da organização, Wilinha, foi preso na cidade de Paranhos (MS), localizada na fronteira com o Paraguai.
Em 7 de outubro, os policiais civis da Draco prenderam um dos atuais líderes da facção, que estava foragido, em um condomínio de alto padrão em Pirangi, no litoral ao sul de Natal. O alvo já era procurado por duplo homicídio no contexto de vingança pela facção, crimes estes consumados na região de Samambaia.
A operação desta terça tem como objetivo prender membros da facção que substituíram esse líder nas ruas, bem como de criminosos responsáveis pelo controle da parte financeira, e, com isso, dar um duro golpe na direção do esvaziamento da organização criminosa.
Participaram da ação 250 policiais da PCDF, entre agentes, escrivães e delegados. As medidas judiciais foram cumpridas nas regiões do Riacho Fundo II, Santa Maria, Planaltina, Vila Planalto, Ceilândia, Varjão, além de cidades do entorno como Luziânia/GO, Formosa/GO e Planaltina de Goiás. Além disso, foi cumprido um mandado de sequestro de imóvel adquirido com dinheiro ilícito pela facção criminosa.
A Operação contou com o apoio das Divisões Operações Especiais (DOE) e de Operações Aéreas (DOA) da PCDF, bem como da Diretorias Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), e de Inteligência Penitenciária (DIP/SEAPE) da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), e das Delegacias Regionais de Formosa e de Luziânia, da PCGO.
Durante as investigações, que contaram durante todo o tempo com a participação do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público do Distrito Federal (Nupri/MPDFT), foi identificado complexo empreendimento delitivo que envolve ações logísticas de tráfico de drogas e armas de fogo advindos de regiões fronteiriças do país, e mecanismos de lavagem de capitais utilizando de contas de terceiros interpostos (laranjas) e outras formas de pagamentos ocultos.
Os investigados poderão responder criminalmente pelos crimes de integrar organização criminosa armada, lavagem de capitais, tráfico de drogas e crimes de venda ilegal de armas de fogo.