O médico neurologista Iran da Costa Bessa morreu, aos 85 anos, nesta quinta-feira (23/11), após infecções causadas por piora no quadro clínico da doença de Parkinson. Desde 15 de novembro ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da Asa Sul.
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Filho do médico, o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Leonardo Bessa, 55, conta que, há um ano, o pai sofria com problemas causados pela doença. “Ele vinha perdendo energia com muitas idas ao hospital. Foi entubado e saiu por quatro vezes. Depois fez alimentação pelo nariz, pegando infecção”, detalha.
Segundo Leonardo, o parkinson, que afetou as pernas de Iran, piorou a ponto de atingir o esôfago. “Com isso, ele ficou desnutrido, ficou fraco e teve que colocar sonda, e trazia infecção. Ele ainda foi internado por conta de uma pneumonia, em razão de uma infecção pelo estado de fragilidade dele”, explica.
O filho do médico lembra com carinho da relação próxima que tinha com o pai, que sonhava em ter o filho exercendo a mesma profissão que ele. Aos 23 anos, quando o desembargador decidiu que, na época, queria ser promotor de Justiça, Iran não gostou, mas o apoiou.
“Na véspera da prova, eu queria me exibir para ele que iria passar, mas estava me deixando muito tenso. Nessa época, eu morava com um amigo na Asa Sul, e ele disse ‘estou indo aí’”, relata.
Quando se encontrou com o pai, Leonardo diz que os dois caminharam na L2 Sul e Iran acalmou o nervosismo do filho na véspera da prova. “Ele me passou uma tranquilidade na conversa e disse ‘você não precisa passar para esse concurso. É o seu primeiro’. Parece que aquilo tirou um peso da prova oral, e isso contou muito”, recorda-se.
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Trajetória de Iran
Leonardo conta que o pai tinha o costume de atender qualquer um, seja autoridade ou uma pessoa simples. “Ele trabalhava de graça. Chegava alguém e ele atendia. Exercia a medicina com alegria, dedicação e humanismo. Não tinha hora para cuidar dos seus pacientes. Fez muitos plantões noturnos no Hospital de Base e em hospitais particulares. Estava sempre disposto quando o propósito era curar pessoas”, diz.
Nascido em 29 de janeiro de 1938 em São Paulo-SP, Iran da Costa Bessa formou-se em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, depois, se especializou em neurocirurgia. Mas, antes, se aventurou até começar a estudar na faculdade.
Quando tinha 16 anos, Iran morava em Goiânia e saiu para fazer um vestibular em Juiz de Fora-MG. Leonardo assegura que o pai passou entre os três primeiros e foi morar em Belo Horizonte para iniciar a graduação. Na universidade, conheceu a esposa, Liliana Roscoe Bessa, com quem se casou em 1965. O casal chegou a Brasília um ano antes.
Em 1967, Iran fundou o Instituto de Neurologia e Eletroencefalografia de Brasilia junto de três sócios, todos da área de neurologia: médicos Zanello, Paulo Angoti e João da Cruz.
Velório e enterro
Além da esposa, Iran deixou quatro filhos, todos nascidos em Brasília: as gêmeas Juliane, 57, e Cristiane , 57, Leonardo Roscoe Bessa e Daniela Roscoe Bessa, 53. O velório de Iran está marcado para ocorrer das 7h às 9h, desta sexta-feira (23/11), na capela 10 do Cemitério Campo da Esperança, da Asa Sul. O sepultamento começa às 9h30.
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