Na manhã de segunda-feira (20/11), o detento Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, que havia sido preso pela investigação dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, morreu de mal súbito durante um banho de sol no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, no Complexo Penitenciário da Papuda.
Cleriston era irmão do vereador Cristiano do Ramalho (PSD), do município de Feira da Mata, oeste da Bahia. Conhecido como “Clezão do Ramalho”, ele era residente na Colônia Agrícola 26 de Setembro, em Vicente Pires, no Distrito Federal há mais de 20 anos e fazia uso de medicação controlada porque sofria de diabetes e hipertensão. Ele era casado e deixa duas filhas.
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Outros detentos chegaram a socorrer Cleriston antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiro, mas ele não resistiu e morreu no local.
Por que foi preso?
A denúncia do Ministério Público Federal (MPF), encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que Cleriston estava entre o grupo que invadiu o Congresso Nacional e que ele participou da destruição dos móveis no interior do prédio.
Além disso, a denúncia destaca que o homem foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no interior do Palácio do Planalto. Segundo o Ministério Público, Cleriston teria queimado o salão verde da Câmara dos Deputados e usado uma sustância inflamável. Um viatura da Casa também teria sido destruído por ele.
Ele se tornou réu por sete crimes, de acordo com o STF, mas ainda não havia sido julgado pelo Supremo. Veja os crimes:
- Associação criminosa armada
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável
- Prejuízo para a vítima
- Concurso de pessoas
- Concurso material
- Deterioração de patrimônio tombado.
Pedido de soltura expedido
A defesa de Cleriston, por intermédio do advogado Bruno Azevedo De Sousa, já havia pedido, em agosto, a liberdade provisória do réu. De acordo com a CNN, no documento, o advogado informava que o preso tinha a "saúde debilitada em razão da covid-19, que lhe deixou sequelas gravíssimas, especificamente quanto ao sistema cardíaco”
Em 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor ao pedido de liberdade provisória, mas com medidas como o uso de tornozeleira eletrônica. O ministro Alexandre de Moraes, do STF e relator da ação, não chegou a analisar o pedido.
Moraes pede cópia de prontuário médico
Alexandre de Moraes determinou ainda na segunda-feira (20/11) que a direção do CDP 2, onde Clersiton estava preso, encaminhasse a ele, com urgência, a cópia do prontuário médico do preso com informações detalhadas sobre a morte, além dos atendimentos médicos recebidos por Cleriston desde 9 de janeiro — período que esteve preso na Papuda.
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