O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido utilizou números da própria corporação para atormentar a vida da ex-namorada. Entre um dos números utilizados por Cândido, está o de José Werick de Carvalho, novo delegado-chefe da PCDF.
As informações constam na denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra Cândido e o também delegado Thiago Peralva, ex-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte). Os dois são réus na Justiça, que aceitou a denúncia nesta sexta-feira (17/11).
As imagens abaixo mostram que Cândido não se preocupava em atrapalhar a vida da ex-namorada, e ligava insistentemente por vários números de telefone, inclusive utilizando números da própria corporação — alguns de números desconhecidos e sem identificação. Isso ocorreu porque o ex-delegado-chefe foi bloqueado pela ex, que não aguentava mais a perseguição de Cândido.
Os prints mostram que o aparelho celular do atual delegado-chefe da corporação, José Werick, também chegou a ser utilizado por Robson Cândido para perturbar a vida da ex, em 7 de agosto. Na época, Werick era chefe de gabinete de Cândido.
Pulou muro para perseguir ex
A denúncia apresentada pelos promotores à Justiça cita um episódio em que Cândido chegou a escalar o muro e a varanda da residência onde a jovem vivia para perseguí-la. O ex-número 1 da corporação tentou forçar contato pessoal na porta do quarto da mulher.
O caso ocorreu em 31 de julho. Robson Cândido foi à residência da vítima e chegou a bater na porta, mas não obteve resposta da mulher — que estava dentro da residência.
Suspeitando que o ex-delegado estaria “rondando” a residência, a jovem mandou a seguinte mensagem para a equipe de vigilantes do condomínio. “Um ex-namorado anda pulando o muro aqui e me perseguindo dentro de casa. Agora há pouco ele estava batendo na porta e eu avisei que ia chamar a polícia”, escreveu na mensagem.
Os vigilantes respondem que havia um homem no local. A jovem, então, pediu informações se existia algum carro. Como resposta, os vigilantes mandaram uma foto, mostrando uma viatura descaracterizada da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), estacionada nas intermediações da casa da vítima.
Ao dizer que estava sendo perseguida, a equipe de vigilantes, como forma de ajudar, repassou o número do batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) da região para que ela pedisse socorro. “Ele está ao lado do portão preto na garagem. Liga nesse número no Batalhão e chama a PM”, escreveu.
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