Tribunal

PM que baleou e matou adolescente em Samambaia é julgado nesta terça

O caso ocorreu em 28 de janeiro de 2022 e vitimou Gustavo Henrique Soares. O adolescente estava na garupa de uma moto, quando levou um tiro no peito

Começa, nesta terça-feira (13/11), o julgamento do policial militar acusado de balear e matar um adolescente, de 17 anos, durante uma abordagem em Samambaia. Edimilson Dias Ferreira responde pelo crime de homicídio culposo.

O caso ocorreu em 28 de janeiro de 2022 e vitimou Gustavo Henrique Soares. O adolescente estava na garupa de uma moto, quando levou um tiro no peito. À época, o fato resultou em inúmeras manifestações a favor do adolescente.

As investigações conduzidas pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) contaram com o depoimento de 16 pessoas, entre envolvidos e testemunhas, bem como a produção de laudos periciais e coleta de prova de caráter técnico-cibernético. Diante dos fatos, a tese de legítima defesa apresentada pelo PM em depoimento foi descartada e o PM foi indiciado por homicídio culposo.

A defesa do PM entrou com recurso para a absolvição do réu e requereu na Justiça a desclassificação do crime de homicídio culposo. Ambos os pedidos foram negados. O júri ocorrerá no Tribunal do Júri de Samambaia.

Versão

Na delegacia, o policial contou que o condutor da moto, também identificado como Gustavo, tentou furar uma blitz em uma via que liga Samambaia e Ceilândia e acelerado a moto para cima da equipe. Ainda de acordo com o servidor, o adolescente que estava na garupa teria tentado sacar um simulacro de arma de fogo da cintura, momento em que foi atingido com um tiro.

As apurações policiais revelaram que o motorista da moto era inabilitado e, ao ver a blitz, tentou furar o ponto de bloqueio no momento em que os policiais mandaram os dois pararem. No entanto, em vez de perseguir a motocicleta, um dos PMs atirou contra o peito do adolescente, que morreu na hora.

Os PMs apresentaram à época um simulacro de arma de fogo que pertenceria aos jovens, mas análise papiloscópica não identificou qualquer impressão digital dos garotos.

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