Uma manhã para celebrar a memória de uma figura tão importante para o Distrito Federal e para o país. Neste domingo (12/11), o 16º Batalhão de Logística do Exército realizou uma carreata com mais de 200 carros antigos, para comemorar a belíssima restauração do Ford Galaxie 500, que pertenceu ao presidente Juscelino Kubitschek. Esta é a segunda vez que o veículo passa por um processo de revitalização.
O desfile começou às 9h, com a passeata automotiva partindo da Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano (SMU), percorrendo a Esplanada dos Ministérios e chegando ao Memorial JK, onde o carro retornará à vitrine traseira do local. De acordo com o tenente-coronel Tibério Figueiredo, 44 anos, o Ford Galaxie ficou guardado por muito tempo dentro de uma cúpula, que sofria com altas temperaturas. Com isso, o carro acabou se desgastando ao longo dos anos.
“Fizemos uma revisão completa do motor, no sistema de freio, bomba de água e também dos pneus. A parte interna da capotaria que estava toda craquelada foi reformada, além da pintura do automóvel que foi toda refeita”, detalha Tibério. Segundo o Tenente-coronel, essa reedição, acima de tudo, serve como uma importante forma de resgatar a memória de um objeto tão especial e histórico para Brasília. “O investimento para a nova manutenção contou com apoio de patrocinadores civis. Todos os materiais foram doados para que o batalhão fizesse essa revitalização”, contou.
Saiba Mais
História da capital
O 16º Batalhão de Logística do Exército teve o auxílio do advogado e antigomobilista Flávio Noronha, 56, que participou desde o início do projeto de restauração do veículo particular de Juscelino. Presidente de um Clube de Antigos de automóveis (Grupamento Apollo Rezk), foi designado para contatar o Memorial e dar os primeiros passos para a manutenção do último veículo particular usado por Kubitschek.
“Eu tenho um hobby por carros antigos, meu agrupamento é temático e gostamos de veículos militares da segunda guerra mundial. Temos um compromisso histórico de manter viva a memória e a imagem do Brasil na força expedicionária brasileira. A gente espera que, com essa atuação, possamos motivar outras pessoas a valorizarem as memórias e símbolos especiais do nosso país”, acrescenta Flávio.
O ex-governador do Distrito Federal Paulo Octávio também marcou presença na solenidade. Para ele, preservar uma lembrança do homem responsável por criar a indústria automobilística brasileira é honrar legados. Mais que isso, zelar pelos marcos realizados por um ídolo não somente da capital federal, mas de todo o país. “Fica aqui a reflexão sobre a importância de valorizarmos as nossas instituições e nossos ex-presidentes. É um essencial ensinamento que deixamos para o futuro”, complementa.
General de Divisão Ricardo Piai Carmona, 51, comandante Militar do Planalto, ressalta que o processo de revitalização do veículo é um bem para o país. “Esse carro que foi tão importante para o JK nos últimos anos de vida, também é essencial para a sociedade reverenciar aqueles que fizeram a diferença no nosso país”, finaliza.
Ele acredita que, agora, com o Ford Galaxie restaurado, o memorial deve receber mais visitantes. Sendo assim, torna-se uma referência para aqueles que não conhecem a história do lugar em que vivem. E mais que isso, de alguém que mudou a trajetória do país e de Brasília.
Gratidão e emoção
Prestigiando o evento, Romualdo Nery, 44, destacan que adora carros antigos e diz que desde a infância é apaixonado por antigomobilismo. “Essa solenidade é muito bacana e especial. Ainda mais com a relação do Ford Galaxie, que além de tudo é um veículo muito bonito e usado pelo nosso antigo presidente JK”, comenta. O sentimento do pintor era de muita emoção em ver a história de Brasília com os próprios olhos.
Mesmas sensações ditas por quem carrega no sangue o sobrenome de Juscelino. O bisneto e vice-presidente do memorial, André Kubitschek, revela gratidão pela bela restauração feita no veículo. De acordo com ele, o carro usado pelo bisavô representa o impacto desenvolvimentista e de avanço da época.
Além disso, traz para o presente o dever fundamental de continuar reconhecendo as conquistas feitas no passado. “Estou muito emocionado pelo fruto desse trabalho estar voltando ao acervo. Emociona a mim e a toda a minha família. Sempre escutei as histórias de que ele cochilava nesse banco de trás quando vinha da fazenda em Luziânia. Tenho muita gratidão hoje”, finaliza.