O homem apontado por comandar uma quadrilha especializada em fraudes que clonou o WhatsApp de ao menos seis ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso pela Polícia Civil do DF (PCDF). Na manhã desta terça-feira (7/11), a 5ª Delegacia de Polícia (área central) cumpriu ainda oito mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e em João Pessoa (PB) contra os alvos
José Gomes de Lima Neto, 57 anos, foi preso no Bairro da Mirueira, em Cidade Paulista (PE). Na delegacia, contou que aplica golpes desde 2012. Disse, ainda, que teve a ideia de se passar por ministro após ver notícias sobre políticos e imaginar que as pessoas estariam mais dispostas a “ajudar” pessoas públicas. Dessa forma, ele passou a pesquisar sobre a rotina das autoridades e anotava dados importantes, como cidades e órgãos visitados (agenda do dia), nomes dos assessores e chefes de gabinete.
Ao longo de seis meses de investigação, a polícia detectou ao menos 10 pessoas suspeitas de integrar a quadrilha, todos de Pernambuco e da Paraíba.
O modo de agir era semelhante. Nos perfis de Whatsapp falsos, os criminosos usavam as fotos dos ministros, os nomes e informações colhidas em fontes abertas. Os contatos eram escolhidos a dedo, geralmente eles optavam por diretores e presidentes de órgãos públicos e privados. Nas conversas com as vítimas, os golpistas pediam dinheiro para ajudar a família de terceiros.
Os autores diziam, ainda, que as vítimas não podiam transferir o dinheiro diretamente, pois não poderiam ter os nomes (dos ministros) vinculados e que, depois de feito o pagamento solicitado, eles ressarciriam. Em um dos casos, o estelionatário entrou em contato com o presidente de uma associação comercial sediada no interior de São Paulo, dizendo que estaria com uma demanda na cidade vizinha. Em seguida, disse que uma pessoa ligada a ele tinha falecido e precisaria repassar recursos financeiros para a família, mas com a desculpa de que não conseguia efetivar a transação financeira.
A polícia não tem dúvidas que o grupo tinha total conhecimento da agenda das autoridades públicas, a ponto de saber as datas dos compromissos e os lugares dos eventos. Até o momento, foram vítimas da quadrilha os ministros Juscelino Filho (Comunicações), Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho), Carlos Lupi (Previdência Social), Renan Filho (Transportes) e Rui Costa (Casa Civil).
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