Premiação

Correio vence o Prêmio CNT com série sobre LGBTFobia no transporte

As reportagens, escritas pelos repórteres Aline Brito, Pedro Grigori e Talita de Souza, venceram a categoria Impresso em uma das principais premiações do jornalismo brasileiro

A série de reportagens Viagem cancelada: O preconceito que limita o ir e vir da comunidade, escrita pelos repórteres Aline Brito, Pedro Grigori e Talita de Souza, é a grande vencedora da categoria Impresso do Prêmio CNT de Jornalismo 2023, uma das maiores honrarias da imprensa brasileira.

Publicada entre 23 e 25 de julho de 2023 na editoria de Cidades do Correio, as reportagens mostram os preconceitos que membros da comunidade LGBTQIAPN+ enfrentam em transportes públicos e em carros por aplicativo. As reportagens foram avaliadas por um corpo de jurados, formado por jornalistas de renome e especialistas na área de transporte. A série de reportagens teve apoio do repórter multimídia Benjamin Figueredo, responsável pelas imagens da primeira reportagem, e os textos foram editados por Mariana Niederauer, editora do site do Correio Braziliense.

Confira as reportagens:

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As reportagens apresentaram um levantamento inédito feito a partir de dados do Ministério dos Direitos Humanos sobre casos de violação dos direitos humanos com membros da comunidade LGBTQIAPN+ em transportes públicos, como ônibus e metrôs, e em veículos por aplicativo.

O jornalista Pedro Grigori, 28 anos, destaca a importância de dar voz para pessoas transexuais contarem suas vivências. “Com as reportagens, colocamos uma pessoa transexual na capa do maior jornal do Distrito Federal. Demos espaço para mulheres trans contarem ao mundo que enfrentam dificuldades para pegar um simples ônibus ou metrô com segurança. E a expectativa é de que com a repercussão esses problemas passem a ser resolvidos”, diz.

“O CNT é um dos maiores prêmios de jornalismo do país e conquistar esse reconhecimento com uma pauta tão necessária é ainda mais gratificante. Estou muito emocionada e grata pela premiação, e orgulhosa do trabalho em equipe realizado. Espero que as dores da comunidade LGBT sejam cada dia mais ouvidas e que, com essa visibilidade, iniciativas em prol da segurança dessa população no transporte público e por aplicativo sejam colocadas em prática”, diz a repórter Aline Brito, 26 anos. 

A jornalista Talita de Souza, 30, destaca a importância do reconhecimento de uma reportagem que aborda o preconceito de gênero e sexualidade. “Vencer um prêmio sobre transporte com uma reportagem temática de gênero é alegria dobrada, já que conseguimos ir além das questões técnicas e econômicas e trouxemos para o centro do debate problemas tão cruciais para uma parte da população que já sofre em outras áreas. Quando nos deparamos com os dados, ficamos consternados em ver que ainda em 2023 há pessoas que não têm o direito básico de ir e vir. Esperamos que esse conteúdo alcance pessoas, mobilize e conscientize”, afirma.

 

Wnderlei Pozzembom/CBpress - A série de reportagens 'Viagem cancelada: O preconceito que limita o ir e vir da comunidade', publicada pelo Correio Braziliense em julho de 2023, é vencedora do Prêmio CNT de Jornalismo, uma das principais premiações do país. Na imagem, os jornalistas Aline Brito, Pedro Grigori e Talita de Souza, responsáveis pelo trabalho.

Os repórteres entrevistaram membros da comunidade LGBTQIAPN+, políticos e especialistas em direitos humanos e transporte público para mostrar como o preconceito cessa o direito básico de ir e vir de toda uma comunidade. Depois, foram para as ruas do Distrito Federal e percorreram quilômetros de ônibus e metrô ao lado de uma drag queen.

Estado de Minas vence o prêmio principal 

O Prêmio CNT de Jornalismo também agraciou o jornal Estado de Minas, veículo do Diários Associados, grupo do qual o Correio Braziliense faz parte. O jornal mineiro venceu o prêmio principal pela série de reportagens Raio-X das mortes no trânsito: Onde mais acontecem, quais são as causas e como podem ser evitadas, de autoria dos repórteres Luiz Ribeiro e Mateus Parreiras.

As reportagens — elaboradas e publicadas ao longo de cinco meses, entre março e agosto de 2023 — mostram uma completa radiografia dos perigos nas estradas brasileiras, apresentando as causas e apontando os caminhos para evitar mortes no trânsito. Além de consultar estudos e reunir dados, os repórteres percorreram centenas de quilômetros nas rodovias para mostrar os riscos enfrentados por motoristas e pedestres.

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