TRANSPORTE COLETIVO

Greve de rodoviários faz população pegar carona, metrô e transporte pirata

Categoria decidiu paralisar serviço no domingo para pedir reajuste salarial acima da inflação. Ibaneis diz que Semob negocia fim da greve

A greve dos rodoviários do Distrito Federal fez a população buscar alternativas para chegar ao trabalho ou na escola, na manhã desta segunda-feira (6/11). O transporte pirata ou carona foram as principais opções adotadas pelas pessoas.

Uma dessas pessoas foi o analista de sistemas Gabriel Ferreira, 24. Morador de Taguatinga Norte,  ele chegou na estação de metrô de Taguatinga Centro de carona no carro do pai para chegar no serviço, no Setor Bancário Norte (SBN). "Acabei de fazer cirurgia no joelho e ficar em pé vai ser difícil para mim", acrescenta.

Pego de surpresa pela paralisação total, ele costuma pegar ônibus das 6h50 até 7h20 na região, mas optou pelo metrô. Ele entende a greve, mas reclama dela ter sido anunciada em cima da hora. "Avisaram em um domingo e foi muito em cima para a gente, que ficamos sem ter o que fazer. Se a gente soubesse que iria acontecer na terça ou quarta-feira, e tem como a gente se programar", opina Gabriel.

Já a babá Lilian Regina, 46, esperava um transporte por aplicativo em um ponto de ônibus do centro de Taguatinga, para chegar ao trabalho, em Vicente Pires. Ela conta que não conseguia contato com a chefe para avisar que chegaria atrasada.

"Mandei mensagem cedo para a minha chefe avisando que não teria ônibus, mas não sei o que ela vai fazer. Do meu bolso eu não vou pagar", desabafa.

Moradora de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno, Lilian não teve problemas para chegar no DF, pois há ônibus em Goiás. Mas ela acredita que os rodoviários deveriam entender o lado dos usuários, que também precisam ir trabalhar. "Eles têm direitos, mas a gente também. Se eles não fizerem isso, não conseguem reajuste, mas a gente se prejudica", opina a babá.

Rodoviários reivindicam melhorias trabalhistas

O Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal anunciou, na manhã deste domingo (5/11), a paralisação das atividades. A categoria reivindica melhorias trabalhistas, como a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho e a reposição salarial com ganhos acima da inflação.

Para debater um acordo para término da greve, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres do Distrito Federal (Estruturada) terá uma reunião, às 16h desta segunda-feira (6/11), no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10). A reportagem confirmou a informação com uma pessoa ligada à greve.

A categoria entende que não está desobedecendo a determinação judicial divulgada nesse domingo (5/11). Os trabalhadores querem cumprir integralmente a determinação naquilo que for possível.

O Correio apurou que os rodoviários estão bastante convictos do motivo da rejeição da proposta, mas vai aguardar a proposta da Justiça do Trabalho. Se conseguirem entrar em um acordo, é possível que a paralisação geral termine.

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