O veganismo não é restrito apenas a adultos ou jovens. Pode ser praticado por crianças e idosos, que podem adotar a dieta saudável com os devidos cuidados. É o que afirmou a nutricionista clínica Shila Minari durante a entrevista, nesta quinta-feira (2/11), para o CB.Saúde — programa da TV Brasília em parceria com o Correio.
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Na bancada, a jornalista Carmen Souza perguntou quais são os cuidados necessários para não gerar deficiência de vitaminas nos pacientes, por exemplo. A nutricionista expliou que há uma preocupação maior de garantir que a criança tenha uma alimentação adequada para não comprometer o desenvolvimento. “Em muitos casos, é necessário usar uma suplementação profilática para não correr o risco de ficar com alguma deficiência. Muitos idosos não têm problema nenhum com consumo proteico, mas, diante da dificuldade de mastigação, a gente toma um pouco mais de cuidado”, explicou Shila.
No mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) Inteligência, divulgado em abril de 2018, sobre o veganismo no país, 14% da população se considerava vegana. O número aumentou 6 pontos percentuais em relação a pesquisa de 2012, que havia registrado 8% de adesão ao modo de se alimentar.
“É bem provável que tenha aumentado. De experiência clínica, cada vez mais há pessoas se interessando por adotar uma dieta vegana ou, talvez, reduzir, de alguma forma, o consumo de carnes”, avaliou Shila Minari.
Benefícios à saúde
Doutora em nutrição humana, Shila citou que há um consenso de que quanto maior o consumo de plantas, frutas, vegetais, leguminosas, alimentos integrais, sementes, melhor para a saúde. Segundo ela, de forma geral, isso ajuda a diminuir o risco de doenças crônicas, melhora a longevidade e o controle de peso.
“A maior parte dos benefícios relacionados ao vegetarianismo e veganismo estão atrelados ao fato de ser uma alimentação que tem muito mais desses alimentos e menos de alimentos de origem animal, que, em excesso, podem trazer malefícios à saúde, principalmente pela sua composição. Não precisa ser tudo ou nada”, ponderou a especialista.
A docente da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), da Universidade do Distrito Federal (UnDF), também tranquilizou quem pensa que o veganismo não é adequado para o ganho de massa muscular para praticantes de atividade física. "Se a pessoa se sente bem fazendo exercício, melhora a recuperação muscular e ganho. Têm vários suplementos que podem melhorar a performance, mas nada é essencial", destacou.
Cuidado com produtos ultraprocessados
No dia a dia, quando as pessoas fazem compras nos mercados, Shila Minari afirmou que, às vezes, elas adquirem produtos ultraprocessados, o que não significa uma alimentação saudável. "O ponto positivo de a indústria estar participando desse movimento é que facilita o acesso e muitas pessoas ficam mais abertas a adotar o vegetarianismo”, avaliou.
Mas a nutricionista alerta que as pessoas com acesso maior a alimentos que tentam imitar os de origem animal, como hambúrguer e leite vegano, não necessariamente fazem as melhores escolhas. “Se for uma dieta vegetariana cheia de frituras e alimentos ultraprocessados, não tem tantos ganhos como a gente esperaria que tivesse", completou Shila.
Assista a entrevista completa:
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