Pesquisa da Fecomércio revela que o Dia de Finados promete aquecer o mercado de flores no Distrito Federal. Os dados apontam que a venda desses produtos e outros como velas e artigos de decoração pode aumentar cerca de 8,9% em relação a 2022. Essa é a expectativa média das distribuidoras, supermercados, armarinhos e floriculturas, principalmente aquelas localizadas próximas aos cemitérios das cidades.
Neste período, quem trabalha no comércio de flores se prepara para o aquecimento do mercado quando os comerciantes esperam um grande fluxo de clientes. O levantamento foi realizado com empresários para compreender o impacto econômico do feriado. A maior parte (58,3%) acredita que as vendas serão iguais ao ano passado, 31,4% esperam vendas maiores, e 10,3% vendas menores.
Os estabelecimentos entrevistados indicaram que as flores do tipo crisântemo devem ser as mais procuradas para as homenagens de Dia de Finados, com 22,1% das intenções. As rosas (16,7%), kalanchoes (14,4%), margaridas (11,9%) e gérberas (8,8%) completam o ranking dos cinco tipos mais vendidos.
Próximo ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, vendedores de flores destacam que o freguês tem pechinchado mais neste ano. Um vaso de Crisântemo, uma das espécies mais procuradas que ano passado custava R$ 40, agora está saindo ao custo de R$ 35, assim como as margaridas que também estão sendo bastante procuradas e vendidas com desconto ao custo de R$ 15.
A vendedora Risonete Rodrigues Guimarães, 44 anos, que trabalha próximo ao cemitério há quase três décadas, fala sobre as mudanças no comportamento da clientela. “As pessoas estão adiantando as visitas desde o último sábado, eles passam olhando as flores, mas nem sempre compram. Os preços aumentaram cerca de 10% para o comerciante e estamos tendo que atender ao freguês baixando um pouquinho, com isso o faturamento será menor. Ano passado o Crisântemo e a margarida, que custava R$ 40 e R$ 30, tivemos que baixar para R$ 35 e R$ 25, respectivamente. Os arranjos vendidos nos anos anteriores por R$ 50, agora baixamos para R$ 40. Em 26 anos é a primeira vez que baixei os preços”, ressalta.
A vizinha de barraca, Viviane Santos Teixeira, de 40, vende flores ao lado do cemitério e compartilha da mesma opinião de Risonete. A flor mais procurada na sua barraca é a kalanchoê, por ser mais barata e porque tem uma durabilidade maior. "De fato, as vendas diminuíram e os 10% de aumento imposto ao comerciante não tem sido aplicado ao freguês, senão elas vão secar aqui sem vender”, afirma.
Selma Cosmo, 52, chegou no meio da tarde e comprou dois vasos com crisântemo e margaridas, pagou R$ 70, e garantiu a tradição de homenagem aos entes queridos que segundo ela, gostava bastante das flores. “Mesmo com pouco dinheiro, não podemos perder essa tradição. As flores fazem parte da homenagem e das lembranças que guardarmos.”
Carlos Silva Santos, 49, que trabalha no local desde 1999, lembra que o comércio está dentro da normalidade. “As pessoas estão comprando o mesmo tanto dos outros anos. Acredito que o acesso até as barracas dificultou um pouco a chegada do freguês até o ponto das flores.”
Este é o caso da dona Fátima Aguiar, 55, moradora do Riacho Fundo I, ela veio com a tia Maria Rosa Aguiar, 66, fazer visita aos entes queridos que já partiram e teve dificuldade para chegar à barraca de flores do outro lado da rua principal do Cemitério Campo da Esperança. “Estou operada do pé, precisei atravessar no meio dos carros para comprar um vasinho de flores. O acesso não está bom, dificultou para quem precisa chegar até as flores, acredito que amanhã estará ainda pior.”
De acordo com a pesquisa Fecomércio-DF, os tipos de flores mais vendidos durante o feriado serão os crisântemos, as rosas e kalanchoe, sendo que, para pouco mais de 22% dos estabelecimentos entrevistados, as flores do tipo crisântemo são as preferidas do público nesta data.
Crisântemo 22,1%
Rosa 16,7%
Kalanchoe 14,4%
Margarida 11,9%
Gérbera 8,8%
Lírios 8,6%
Antúrio 6,8%
Girassol 5,7%
Copo de leite 2,8%
Flores artificiais 2,1%
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