Após a soltura do ex-delegado-chefe da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido, na quarta-feira (29/11), o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Águas Claras ofereceu à mulher perseguida por ele um dispositivo eletrônico de segurança para evitar que Cândido se aproxime dela.
A oferta foi feita pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel publicou, nesta quinta-feira (30/11). O magistrado deu dois dias para que a mulher manifeste interesse em usar o Dispositivo Móvel de Proteção à Pessoa (DMPP).
“Trata-se de um dispositivo móvel portátil, que emite sinal sonoro e vibratório tanto para a vítima quanto para as forças de segurança, em caso de aproximação do agressor. Assim, as autoridades policiais podem intervir e impedir uma eventual agressão ou contato com a ofendida”, explica o juiz.
Por meio de um núcleo especializado da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a mulher, se aceitar o aparelho, será monitorada 24h por dia, assim como Cândido, por meio da tornozeleira eletrônica instalada antes de sair da prisão.
“Caso a Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas observe que a vítima se encontra em perigo iminente, a polícia militar é imediatamente acionada”, acrescenta o juiz.
Cândido foi preso em 4 de novembro após denúncias de perseguição contra uma mulher com quem se relacionou. As investigações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) descobriram que ele e o ex-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) Thiago Peralva utilizaram por 58 vezes um sistema para vigiar a ex-namorada de Cândido.
Os investigadores apontam que a dupla “causou irreparável dano à Administração Pública, em especial à Polícia Civil do Distrito Federal”. O software, de valor R$ 1.356.328,39, segundo os promotores, “teve sua utilização usurpada para fins pessoais e criminosos”.
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