ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Diretor da Polícia Federal diz que SSP recebeu ofício às vésperas de 8/1

Ao Correio, diretor-geral da PF Andrei Passos reiterou que encontro, às vésperas dos atos de 8/1, serviu para passar informações sobre vinda de manifestantes à Brasília. O encontro é alvo da sustentação do relatório da CPI sobre os atos antidemocráticos

Delegado Andrei Passos Rodrigues tomou posse como diretor-geral da PF em 10/01 -  (crédito: Reprodução/TV Brasil)
Delegado Andrei Passos Rodrigues tomou posse como diretor-geral da PF em 10/01 - (crédito: Reprodução/TV Brasil)
postado em 29/11/2023 11:33

Um dos pontos centrais que sustentam o relatório final do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, deputado distrital Hermeto (MDB), é sobre uma reunião que ocorreu na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), com policiais federais, às vésperas dos atos de 8 de janeiro.

É com base nesse encontro que o relator decidiu indiciar o ex-número 2 do ex-secretário Anderson Torres, Fernando de Sousa Oliveira, além da subsecretária de Operações da SSP, coronel Cintia Queiroz. Hermeto sinalizou que os integrantes tinham as informações repassadas pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos, mas não agiram.

Na ocasião, Passos teria externado a preocupação com os atos de 8 de janeiro, principalmente porque havia uma grande mobilização de pessoas em direção à Brasília. Ao Correio, na noite de terça-feira (28/11), o diretor-geral da PF reiterou que as informações que a corporação tinha em posse foram repassadas e, diante da recusa, pediu para que o ministro da Justiça, Flávio Dino, encaminhasse um ofício ao governador Ibaneis Rocha (MDB). “(Eles) receberam ofício sobre o tema (8/1)”, explicou, à reportagem.

Estrutura

Dos nomes que Torres nomeou na SSP no início de janeiro, o nome da subsecretária de inteligência, Marília Alencar, não consta entre os indiciados. O próprio ex-ministro da Justiça não foi indiciado por Hermeto. A ausência do ex-secretário na lista já era esperada, apesar dele ter sido apontado como um dos grandes responsáveis pelo 8 de janeiro, já que estava nos Estados Unidos na data. Apesar de Torres ter sido poupado, o ex-número 2 da pasta, Fernando de Sousa Oliveira, nomeado pelo ex-secretário no início de janeiro, foi responsabilizado por Hermeto (MDB).

Oliveira chegou a prestar depoimento à CPI, mas não citou em nenhum momento o encontro com a cúpula da PF. Ele foi um dos primeiros depoentes a ser ouvido pelos distritais, e explicou que só seguiu o que estava determinado no Protocolo de Ações Integradas (PAI) de 6 de janeiro.

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