A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou um homem suspeito de cometer o golpe do falso Pix no sogro do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O caso ocorreu em julho, durante as férias do governador e da primeira-dama na Europa.
O suspeito foi indiciado pelo crime de estelionato. Conforme o Correio revelou, à época, o golpista recebeu o valor de R$ 1,8 mil após se passar pela primeira-dama Mayara Noronha. O sogro relatou que recebeu mensagens de um número do WhatsApp de uma pessoa que seria Mayara.
O pai da primeira-dama teria telefonado para a filha, que não recebeu as ligações porque estava dentro de um voo, voltando para Brasília — após deixar Barcelona, ao lado dos filhos e de Ibaneis. Na troca de mensagens, o número começa dizendo para que o pai de Mayara “armazena(r) meu número novo, esse ficará pessoal e outro para trabalho”.
Como o sogro de Ibaneis não respondeu à primeira ofensiva do golpista, o suspeitou tentou novamente no outro dia. “Pai, tá ocupado? (...) Veja se consegue me fazer um favor… Tenho que realizar um pagamento agora, mas meu aplicativo está fora do ar. Queria ver se consegue realizar o pagamento. Assim que meu aplicativo voltar, devolvo”, escreveu o golpista para a vítima.
“Assim que fizer, me envia o comprovante tá bom. (O) Pix da moça é CPF. Avisei que já vai realizar o pagamento. Me envia o comprovante. Tenho que encaminhar pro rapaz”, completou a pessoa que aplicou o golpe. O pai de Mayara acabou repassando a quantia, e logo em seguida o golpista bloqueou o número.
Golpes
Golpes virtuais estão cada vez mais comuns no Distrito Federal. Pedidos de Pix, suposta herança e boleto falso são alguns exemplos dos estelionatos virtuais praticados pelos criminosos cibernéticos na capital do país. Entre janeiro e maio deste ano, uma média de 37 pessoas, por dia, foram vítimas de estelionato virtual no DF, totalizando 4.939 vítimas neste período — essas são apenas as que registraram ocorrência.
Em 2022, foram 15.606 vítimas no total, 55% a mais do que em 2021, quando 10.056 pessoas sofreram golpes virtuais. A pena para estelionato comum varia entre um a cinco anos de prisão. Caso a fraude tenha sido cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima, induzindo a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, a pena sobe para quatro a oito anos de reclusão e multa.
Logo depois de cair no golpe do Pix, a PCDF pede para que a vítima entre em contato com a agência bancária via SAC, ouvidoria ou telefone e conteste a transação realizada, solicitando o mecanismo especial de devolução (MED).
A PCDF ainda recomenda não interagir mais com a conta do golpista e denunciar o perfil na rede social. Além disso, a vítima deve procurar uma delegacia para registrar a ocorrência.
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