Doutora em educação pela Universidade de Brasília (UnB), a professora Caetana Juracy ressaltou a importância de um evento que fale sobre educação profissional. "Temos que debater mais essa modalidade educacional que, embora as pessoas tenham mais conhecimento, não é muito difundida e ainda é permeada de preconceito. Então, quando a gente faz um evento que vai falar sobre a importância e as possibilidades dela, é sempre muito bem-vindo", elogiou, em sua fala no o CB Fórum Educação Profissional e o Primeiro Emprego, promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DF0, nesta quinta-feira (23/11).
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Caetana afirmou que, de forma geral, no Brasil, embora tenhamos um crescimento na educação profissional, ela está muito aquém da necessidade do país. "Mesmo no Distrito Federal, que teve um crescimento significativo, tanto das iniciativas federais quanto das locais e também da privada, ainda está muito abaixo", lamentou. "Temos várias frentes que precisam ser olhadas. Por exemplo, a gente tem poucos cursos que olham para o nosso entorno agrícola, que é o pequeno proprietário, que precisa de formação", acrescentou.
A painelista comentou sobre o combate às desigualdades na educação profissional. "Está na nossa fala que a educação é fundamental para diminuir as desigualdades. Ela é necessária, mas não é o suficiente, é somente uma das estratégias nesse enfrentamento", afirmou, destacando duas formas de pensar as desigualdades: por meio de sua origem e de ações.
"Se a gente quer enfrentá-las, temos que saber de onde elas vêm. Indo para o caminho de quem pensa que a educação é um caminho seguro e que é uma estratégia que precisa andar junta com outras, a gente vai entender que a desigualdade se dá em outras dimensões, como saúde, assistência social e políticas de emprego, por exemplo", descreveu. "O outro ponto traz que, para combater essas desigualdades, a educação teria que agir sob o modelo de sociedade que temos. A gente tem que ter uma educação que seja de pessoas que ajam e intervenham no mundo, e que tenham, a partir do seu trabalho, uma postura que crie condições para que se tenha uma outra sociedade."
Para a doutora em educação, deve-se apostar em uma formação que permita a compreensão do mundo e a obtenção de conhecimento, repertório, patrimônio, técnica e ferramentas. "Se a gente não souber fazer, não nos movimentamos. Temos que desenvolver competências em todas essas dimensões", reforçou. "Apostaria em uma formação profissional que trabalhasse no olhar diferente para ciência e tecnologia e que apostasse, fortemente, nessa formação competente em todas as dimensões", observou.
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