CB Saúde

Racismo e estereótipos geram problemas mentais em negros, diz especialista

Ao C.B Saúde, Vinicius Dias Cunha, psicólogo clínico e especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça falou sobre a importância de o governo investir na saúde mental da população afrodescendente

 23/11/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF -   Vinicius Dias Cunha, psicólogo clínico e  especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, é o entrevistado do CB.Saúde. -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
23/11/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF - Vinicius Dias Cunha, psicólogo clínico e especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, é o entrevistado do CB.Saúde. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 23/11/2023 16:23

Ações governamentais para a igualdade racial foi o tema do CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (23/11). À jornalista Carmen Souza, o psicólogo clínico e especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, Vinicius Dias Cunha, comentou sobre como a violência urbana afeta a saúde mental dos brasileiros pretos.

O especialista afirmou que o racismo é um determinante social de saúde, e um problema estrutural na sociedade que deve ser discutido. Deste modo, Vinicius comentou sobre importância da iniciativa do governo, com aporte de R$ 70 milhões para as questões voltadas à igualdade racial, com direcionamento para a violência urbana e assistência psicossocial para mães pretas vítimas de violência.

O psicólogo também comentou de onde vem a dificuldade de entendimento da sociedade acerca do sofrimento da população negra no Brasil. “Ao recorrer a história do Brasil, que foi o país que mais escravizou pessoas negras, e pelo maior tempo na história, torna-se inegável que isso não tenha abalo nos dias atuais”, disse.

"O Brasil tem uma das populações mais negras do mundo, mas a população se nega a olhar para essa história, o que acaba dificultando o enfrentamento. Isso demonstra cada vez mais a importância de políticas públicas e de ações afirmativas, interferindo de forma objetiva nesse problema que a sociedade brasileira não quer ver”, pontuou.

Dados do Instituto de Referência Negra Peregum mostram um pouco desse efeito do racismo nas escolas. Dos entrevistados de 16 a 24 anos, 60% dizem que o lugar que elas mais sofrem racismo é na escola. Para o especialista é necessário alterar o funcionamento e gestão desses espaços. "Cursos de letramento racial para educadores, mais representatividade, mais oportunidade para as pessoas negras em cargos decisórios, são muitas camadas que precisam ser revistas”, concluiu.

De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de suicídio de jovens negros é 45% maior do que a de jovens brancos. Para o especialista, “o suicídio é um indicativo de falha social e mostra o quão grave estamos tratando a saúde mental dos jovens negros”, finalizou.

Confira o CB.Saúde na íntegra:

*Estagiária sob supervisão de ..

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