Após dias com baixa umidade e temperaturas bem acima da média, finalmente o período chuvoso chegou ao Distrito Federal. O calor acima da média da semana passada foi causado por uma massa de ar seco que impedia a formação de nuvens de chuva na região central do Brasil, mas esse sistema já acabou, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Agora, a umidade vinda da Amazônia consegue chegar ao Centro-Oeste, causando as chuvas, como o temporal que caiu em alguns pontos do DF na tarde de ontem.
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O tempo se manteve fechado na última segunda-feira e ontem, mas, a partir de hoje, haverá mais abertura de Sol, ainda com pancadas de chuva a partir da tarde, de acordo com a meteorologista Naiane Araújo, do Inmet, condição que permanece até o fim de semana. "A tendência é que novembro termine com o período de chuva mais definido", avisa Naiane. A chuva da tarde de ontem teve mais intensidade no Plano Piloto, onde foram registrados 23,2mm, entre 13h e 15h, e no Gama, com o acumulado de 22,2mm, no mesmo intervalo. A tempestade derrubou árvores na 306 Sul, próximo a um posto de combustíveis, e na 406 Sul, próximo ao Bloco J.
A tendência é que novembro de 2023 seja bem menos chuvoso que o do ano passado, que registrou 442mm, na estação do Plano Piloto, e 459,4mm, na de Águas Emendadas. Até as 9h de ontem, o acumulado de precipitação em novembro foi de apenas 54,1mm no Plano Piloto. A estação que registrou maior acumulado foi a do Paranoá, com 106,8mm. Novembro é o mês que tem a maior média histórica de chuva no ano, no DF, com média histórica de precipitação de 253,1mm.
Embora novembro deste ano esteja sendo bem menos chuvoso do que o esperado, o acumulado de chuvas no ano até 21 de novembro é de 757,2mm, contra 531,3mm no mesmo período do ano passado.
A partir de hoje, as temperaturas devem voltar a subir, mas não no mesmo patamar observado durante a onda de calor, com máximas variando entre 31ºC e 33ºC e mínimas entre 18ºC e 20ºC, até o final de semana.
Reservatórios
De acordo com o monitoramento diário feito pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa-DF), o reservatório do Descoberto, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 60% da população da capital, está no nível esperado para o mês, 51%. Já o de Santa Maria está com 46,4% do volume útil, sendo que o valor esperado para o mês é de 54%. Apesar disso, a Adasa afirma, em nota, que o esperado é que haja um aumento nos níveis das represas nos próximos meses, já que o Distrito Federal ainda está no início da estação chuvosa.
A nota ainda esclarece que os sistemas de Descoberto, Santa Maria e Corumbá 4 operam de forma integrada no sistema de distribuição de água do DF, de modo a reforçar a segurança hídrica local. A Adasa ainda destaca a importância de todas as instituições, órgãos de governo, setores produtivos e, sobretudo, a população mantenham postura responsável em relação ao uso da água.
Luz
A Neoenergia informou ao Correio que reforçou em 100% as equipes para atender o potencial aumento no número de ocorrências devido às fortes chuvas, raios, granizo e ventos que podem atingir a capital federal neste período, danificando a rede elétrica.
Para a segurança dos usuários, a distribuidora recomenda o desligamento de todos os aparelhos elétricos das tomadas durante a chuva acompanhada de raios. Deve-se tomar cuidado ao fazer isso, pois é essencial que a pessoa esteja calçada e seca, sempre puxando pelo plugue e nunca pelo fio.
A presença de umidade nas paredes que tenham circuitos elétricos e tomadas é outro alerta para evitar o risco de choques. Nesses casos, as tomadas não devem ser tocadas ou utilizadas. Além disso, não é indicado fazer manutenções em telhados ou antenas de televisões se estiver chovendo. Sempre observar também se tem alguma rede elétrica próxima aos telhados e antenas, antes de realizar qualquer serviço.
Quando houver enchentes e alagamentos, os moradores devem desligar o disjuntor e todos os aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos da tomada. No entanto, se o disjuntor estiver numa área já alagada, os consumidores devem evitar mexer e precisam acionar a Neoenergia imediatamente, por meio dos canais de atendimento da empresa, como o teleatendimento 116.
Para quem está nas ruas durante chuvas intensas, a principal orientação é manter distância das redes elétricas e jamais encostar em um fio caído. O usuários devem encaminhar as ocorrências pelo telefone 116, WhatsApp (61) 3465-9318, aplicativo Neoenergia Brasília ou pela agência virtual.
Descargas elétricas
O Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), recomenda, caso não esteja em casa durante tempestades com raios, procurar abrigos em edificações ou dento de veículos metálicos não-conversíveis.
Dentro de casa, não é recomendado a utilização de telefone com fio ou celular ligado à rede elétrica. Na rua, é preciso evitar áreas abertas como descampados, piscinas e topos de morros e prédios, e evitar segurar objetos metálicos longos, tais como tripés de câmera.
Defesa Civil
A Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil (SUDEC), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), informa que, em caso de perigo alagamentos ou deslizamento, as pessoas devem sair imediatamente do local de risco, avisando o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193, e a Defesa Civil, pelo 199. Também é importante enviar o CEP do local onde mora para o número 40199, para que seja possível receber alertas de chuvas para a região cadastrada.
Dicas do Detran:
- Fazer revisão dos pneus, freios, limpadores e faróis do veículo.
- Manter os pneus calibrados e evitar frear quando cair em um buraco, para diminuir o efeito do impacto.
- Usar o ar-condicionado e o desembaçador elétrico traseiro ou abrir um pouco os vidros para deixar o ar circular pelo carro, para melhorar a visibilidade. Se o carro não tiver ar-condicionado, é importante deixar uma flanela à mão, pois a intensidade da chuva pode tornar inviável a abertura dos vidros.
- Reduzir a velocidade e aumentar a distância do veículo da frente.
- Redobrar a atenção ao passar pelos ciclistas e manter a distância mínima de um metro e meio.
- Se houver pouca visibilidade em função de chuva ou neblina, parar e esperar as condições do tempo melhorarem, caso possa fazer isso com segurança.
- Evitar freadas ou mudanças bruscas, pois o acúmulo de água na pista pode provocar a aquaplanagem – situação que ocorre quando os pneus perdem o contato com o asfalto.
- Utilizar sempre a luz de seta para indicar mudança de direção.
- Evitar locais alagados. Se o condutor não conseguir ver o meio-fio, que tem em torno de 25 centímetros de altura, o ideal é mudar de rota para não perder o veículo e nem arriscar a própria vida.
- Em caso de enchente, abandonar o veículo assim que o nível de água atingir o batente do carro, pois pode começar a boiar.
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