Vítima do acidente entre um trem de carga e um ônibus da Marechal, o corpo de Júlia Albuquerque Violato, 37 anos, foi velado na manhã desta segunda-feira (20/11), no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A colisão, que feriu outras cinco pessoas, ocorreu na última sexta-feira (17/11), na linha férrea do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Após o velório, o corpo foi encaminhado para a cremação.
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Revoltada pela perda precoce da filha, Ana Rosa de Albuquerque, 72 anos, pede por justiça. “O que está me mantendo de pé é a raiva, porque isso foi um fato criminoso. Tem uma cadeia de pessoas irresponsáveis”, destaca a idosa.
“Essas pessoas vão ter que ser responsabilizadas e vai ser a minha luta daqui para frente. Até a última gota de sangue, eu vou lutar para dar justiça para minha filha, porque isso não pode acontecer. Eu não quero que nenhuma família sofra o que eu estou sofrendo”, diz a mãe, abalada.
Júlia era formada em artes plásticas pela Universidade de Brasília (UnB). Com o impacto da batida, a vítima teve o corpo dilacerado e morreu no local do acidente. Com a voz embargada pelo choro, Ana Rosa definiu a filha como a pessoa mais doce.
“Ela era a pessoa mais generosa e mais amorosa do mundo. Ela cuidava de mim. Se eu dissesse que a unha do meu dedo estava doendo, ela já marcava o médico pra mim. Agora quem vai cuidar de mim?”, indaga a mãe de Júlia.
Estado grave
Além de Júlia, que morreu no acidente, cinco ficaram feridas na colisão entre um ônibus e um trem, no Trecho 17 do SIA, próximo à marginal da Estrutural. De acordo com boletim divulgado neste domingo (19/11) pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), o cobrador de ônibus Julio Botelho, 28 anos, está em estado grave e entubado em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Ele sofreu traumatismo craniano no momento da colisão.
O motorista do coletivo, Pedro Domiense Campos, está em estado de choque, abalado emocionalmente e continua internado aos cuidados da psiquiatria do Hospital de Base. Ele deve ser interrogado novamente nesta terça-feira (21/11). O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro).
A passageira do ônibus, Nildete Antunes Vitor, 58, está aos cuidados da ortopedia do HBDF, estável, respirando espontaneamente, consciente e orientada. Segundo o boletim, por conta da fratura sofrida pela vítima, foi optado por um tratamento com gesso e tipoia. No dia do acidente, ela apresentava corte profundo do lado direito da cabeça, além de fraturas no braço esquerdo e clavícula direita. As outras duas pessoas feridas já deixaram a unidade hospitalar.
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