O ex-delegado-chefe da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Robson Cândido, réu por sete crimes cometidos contra a ex-namorada, chegou a escalar o muro e a varanda da residência onde a jovem vivia para perseguí-la. O ex-número 1 da corporação tentou forçar contato pessoal na porta do quarto da mulher.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em 31 de julho, Robson Cândido foi à residência da vítima e chegou a bater na porta, mas não obteve resposta da mulher — que estava dentro da residência.
Suspeitando que o ex-delegado estaria “rondando” a residência, a jovem mandou a seguinte mensagem para a equipe de vigilantes do condomínio. “Um ex-namorado anda pulando o muro aqui e me perseguindo dentro de casa. Agora há pouco ele estava batendo na porta e eu avisei que ia chamar a polícia”, escreveu na mensagem.
Os vigilantes respondem que havia um homem no local. A jovem, então, pediu informações se existia algum carro. Como resposta, os vigilantes mandaram uma foto, mostrando uma viatura descaracterizada da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), estacionada nas intermediações da casa da vítima.
Ao dizer que estava sendo perseguida, a equipe de vigilantes, como forma de ajudar, repassou o número do batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) da região para que ela pedisse socorro. “Ele está ao lado do portão preto na garagem. Liga nesse número no Batalhão e chama a PM”, escreveu. Veja os prints.
De acordo com o MP, por estar utilizando a viatura descaracterizada, Cândido foi denunciado por peculato.
Vidro quebrado
Não era a primeira vez em que Cândido havia tentado invadir à residência da ex-namorada. Em outro momento, Cândido, poucos meses após o relacionamento ter acabado, teria socado a janela do quarto da jovem, trincando o vidro.
Após esse episódio, ela decidiu se mudar da região, por medo do ex-namorado, réu por sete crimes: stalking (perseguição); violência psicológica; descumprimento de medida protetiva de urgência; interceptação telefônica ilegal; peculato, por três vezes; corrupção passiva; e violação de sigilo funcional.
Outro delegado alvo da operação do MP, Thiago Peralva, se tornou réu por stalking, corrupção passiva e interceptação telemática ilegal.