Entrevista | Geanna Valentte | médica pediátrica

Dia Mundial da Prematuridade: especialista fala sobre importância do pré-natal

De acordo com a especialista em medicina intensiva a precocidade pode ser evitada. Para isso, o pré-natal é importante

 16/11/2023 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. CB.Saúde entrevista Geanna Valentte, médica pediatra, especialista em Medicina Intensiva Pediátrica. Na bancada: Carmen Souza. -  (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
16/11/2023 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. CB.Saúde entrevista Geanna Valentte, médica pediatra, especialista em Medicina Intensiva Pediátrica. Na bancada: Carmen Souza. - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
postado em 17/11/2023 05:00

A prematuridade e as formas que essa condição pode ser evitada foi o tema do CB. Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — de ontem. À jornalista Carmen Souza, a médica pediatra e especialista em medicina intensiva pediátrica, Geanna Valentte, comentou sobre o que mais causa o nascimento de crianças antes do tempo, e colocou a infecção urinária como a principal causa. Ela ainda comenta que o ideal seria uma gravidez planejada.  

A OMS tem alertado que o mundo enfrenta uma emergência silenciosa da prematuridade. Fala-se em pelo menos 1 milhão de mortes por ano de crianças prematuras. Além do número assustador de mortes, porque é tão importante nós falarmos sobre esse assunto?

Nós destacamos que em novembro é o mês da prematuridade, e informamos que é uma situação evitável. Prematuro é aquele bebê que nasce com menos de 37 semanas, a maior causa de prematuridade são as infecções maternas. A adesão ao pré-natal é de suma importância. Hoje, tanto no Distrito Federal, quanto no Brasil, temos o acesso ao pré-natal na atenção básica e nos postos de saúde. São realizados por médicos da família e enfermeiros habilitados e capacitados, a triagem é extremamente importante. As gestantes são triadas quando tem alto risco ou uma maior probabilidade de ter um parto prematuro, e são direcionadas para serviços de alto risco para evitar essa condição clínica muito delicada.

O que pode causar essa condição? Quais são os principais tipos de infecções?

A principal é a infecção urinária, podendo ser silenciosa. Qualquer alteração clínica da gestante precisa ser tratada, é a forma de evitar o parto prematuro. Desde a condição materna de hipertensão, até as alterações genéticas do bebê podem ser tratadas durante a gestação e acompanhadas (...) Além da infecção urinária, outras doenças também podem causar essa condição, a toxoplasmose, rubéola, chagas, hiv, entre outras.

Você trouxe o pré-natal como indispensável, mas nós temos uma dificuldade. Às vezes o pré-natal começa quando a gestação já está muito avançada ou a mulher tem dificuldade de fazer a visita regularmente. De que forma deve ser feito? Com qual regularidade? Quais são os profissionais certos?

O Mundo Ideal é que toda gestação seja planejada. Quando há uma gestação planejada, o próprio médico da família é capaz de orientar a gestante sobre os exames a serem feitos. Antes de ser iniciada, orientar o uso de ácido fólico, que é de suma importância no início da gestação, reduzindo o índice de bebês com mielomeningocele — aquele bebê com malformação na coluna —. É importante ressaltar que o médico da família tem total habilidade e capacidade de acompanhar um pré-natal muito bem feito. Ele faz essa triagem e quando há necessidade do ginecologista acompanhar, já é feito o encaminhamento para o especialista nos órgãos de referência.

No começo da semana, alguns funcionários reclamaram do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Fizeram denúncias de que existia uma superlotação com crianças com maior risco de infecção. Qual é o cenário hoje por lá?

Existe uma diferença entre o pronto-socorro e as internações de enfermarias UTI. Para a UTI, tem um critério muito bem definido sobre qual paciente deve ir ou não. Para as emergências pediátricas em si, nós temos uma dificuldade de déficit. Nós estamos fazendo ações, como o Fast Track, onde ocorre o desafogamento da emergência pediátrica com o remanejamento dos pacientes com menor risco para área ambulatorial dos hospitais. Nas UTI, as vagas que estão sendo solicitadas, são disponibilizadas. O paciente internado em UTI tem o risco muito maior de ter alguma bactéria multirresistente, isso é um ambiente de risco para todos. O que fazemos é uma higienização das mãos e utilização de capotes, é uma medida eficiente para controlarmos e evitarmos esse risco. Além das separações dos leitos dentro das UTI que obedecem um distanciamento mínimo.

*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida

 

 


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