O major aposentado Cláudio Mendes dos Santos, suspeito de ensinar táticas de guerrilha no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, contou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que o ex-juiz do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP) Wilson Issao Koressawa incitou manifestantes.
Aos distritais, o oficial revelou que discordou do posicionamento do ex-juiz sobre a descida de manifestantes do acampamento em frente ao quartel em direção à Esplanada dos Ministérios. O major contou que apenas divergiu do posicionamento de Koressawa por conta de existir pessoas de idade no acampamento, e que elas não aguentariam andar o Eixo Monumental.
“Eu discordei do posicionamento de mandar pessoas para a Esplanada, apesar de crer que a Esplanada sempre foi um lugar livre. As pessoas não iriam conseguir andar, do QG até lá”, disse. “Discordei desse dr. Wilson Koressawa. Ele compareceu algumas vezes no QG. Nós não concordávamos de sair dali (do QG)”, explicou.
O major não deixou claro em que momento Koressawa incitou manifestantes a descer à Esplanada, já que algumas vezes Santos contou que não estaria em Brasília em 8 de janeiro, já que teria deixado de frequentar o acampamento em 29 de dezembro. O oficial também salientou que outro juiz, o ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho, também frequentou o acampamento.
Quem é o ex-juiz
Wilson é ex-juiz de direito do TJAP e ex-promotor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Koressawa já pediu a prisão do apresentador e editor-chefe da Rede Globo, William Bonner, em dezembro de 2021.
Na época, o ex-juiz afirmou que o apresentador faz parte de uma associação criminosa que incentiva a vacinação contra a covid-19 no país. O pedido foi negado pelo TJDFT.
Em dezembro do ano passado, ele protocolou no Superior Tribunal Militar (STM) a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ao negar o pedido, o ministro almirante de esquadra Cláudio Portugal Viveiros considerou que a ação é inconstitucional. Ele alegou ainda que o STM não tem competência para julgar autoridades da Suprema Corte do país.
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