O prédio onde funcionará o primeiro crematório de Brasília está pronto para começar a funcionar. Ocupando uma área de 800 metros quadrados, fica ao lado da entrada principal do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
O edifício tem sala de despedida com capacidade para 40 pessoas, câmara fria que pode armazenar até seis urnas funerárias, um forno-crematório, uma sala de resíduos (para descarte de materiais como luvas e aventais dos funcionários, e itens que não serão incinerados, como flores) e um banheiro com acessibilidade.
De acordo com a concessionária, cada queima durará cerca de duas horas, o que resultaria na capacidade de até 12 cremações diárias. No entanto, na prática, o limite será reduzido em virtude do horário de funcionamento, porque não há previsão, até o momento, para cremações noturnas. Além disso, há a necessidade de resfriamento do equipamento após um período em atividade.
Atualmente, familiares de mortos do DF que desejarem cremar o corpo de seus entes queridos devem recorrer ao serviço no Cemitério Jardim Metropolitano, em Valparaíso de Goiás, no Entorno.
Inauguração
O Campo da Esperança também informou ao Correio que o primeiro teste do forno-crematório foi feito há duas semanas e ocorreu conforme o planejado. A concessionária prevê para esta semana enviar um relatório técnico ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram), para a obtenção da licença ambiental. Caso o documento seja validado pelo órgão, o passo seguinte será conseguir a licença de operação do crematório.
A definição da tabela de preços dos serviços de cremação é outra pendência do primeiro estabelecimento do tipo no Distrito Federal. A concessionária diz que uma nova proposta de valores foi enviada ao governo do DF em julho e que aguarda aprovação.
Ainda não há uma previsão para a inauguração do serviço, devido à burocracia para a liberação do funcionamento. Segundo o Campo da Esperança, o forno-crematório foi adquirido em 2020 e o investimento, até o momento, foi de cerca de R$ 3,5 milhões.
A empresa informa, também, que o forno funciona com gás liquefeito de petróleo (GLP), mas que não é possível, no momento, estipular a quantidade usada em cada cremação. Cada procedimento ocorre, em média, a 1.600°C.
Serviço
O fato de Brasília não ter ainda um crematório é desconhecido por alguns, como é o caso do ambulante Roberto Dias dos Santos, 40 anos. "Muitas pessoas preferem ser cremadas depois de partir. É bom porque ficam mais tranquilas em saber que o desejo vai ser realizado", observa.
O advogado Farle Castro, 45, já sabia que o serviço do tipo mais próximo da capital é no Entorno. "Quanto a essa opção, mesmo não compartilhando com a ideia por questão de crença, acho fundamental ter esse serviço para quem tem essa disposição final de vida", opina.
Karla Dallyris, 28, gostou da novidade. "Acho bom. Cemitério ocupa muito espaço, onde poderia ter hospital ou uma escola, por exemplo. Além disso, tem a questão da poluição do solo, porque colocam muitos químicos nos cadáveres para o velório e vai tudo na composição", avalia.
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