A delegada Adriana Romana assumiu a chefia da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte), antes comandada por Thiago Peralva. A mudança vem dois dias depois de Peralva ser afastado das funções sob acusação de usar a estrutura da Polícia Judiciária para perseguir a amante do ex-delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, que foi preso durante a ação. Peralva foi afastado do cargo e obrigado a usar tornozeleira eletrônica, enquanto Robson teve a prisão convertida em preventiva.
O anúncio da nova chefia foi anunciado pela Polícia Civil. Com uma trajetória sólida na PCDF desde sua entrada, em 28 de março de 2006, Adriana ocupou inúmeros cargos de destaque ao longo da carreira, incluindo Coordenadora de Plantão da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), delegada-chefe da 19ªDP, delegada-chefe da 38ª DP (Vicente Pires), delegada-chefe da 29ª DP (Riacho Fundo), delegada-chefe da Deam 2 e diretora da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial e a Fraudes, do Departamento de Polícia Especializada.
Antes de assumir a 19ª DP, Adriana estava na diretoria da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial, da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). No lugar dela assume a delegada Isabel Dávila, que já passou por cargos comissionados, incluindo coordenadora de plantão da Deam, diretora-adjunta da Divisão de Falsificações e Defraudações e diretora da Divisão de Falsificação e Defraudações da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor.
Operação
Robson Cândido envolveu-se em um escândalo pessoal com uso da estrutura da Polícia Judiciária em uma denúncia de perseguição e violência contra a mulher. Segundo a investigação, iniciada a partir da exoneração de Robson Cândido, policiais civis, a pedido do chefe da corporação, inseriram ilegalmente o número de telefone da vítima em interceptação telefônica em curso que apurava tráfico de entorpecentes.
Dessa forma, as ligações telefônicas da namorada do delegado-geral eram monitoradas como se ela fosse uma criminosa ou interlocutora de traficantes. O objetivo era ter acesso a todos os passos da jovem de 25 anos, saber com quem ela falava e os lugares que frequentava. A vítima descreveu Robson como extremamente ciumento e possessivo.
Um dos alvos da operação foi Thiago Peralva. Ele seria o responsável por inserir no sistema o prefixo telefônico da vítima. Os promotores de Justiça também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Peralva, em Águas Claras.
De acordo com as apurações, os delegados investigados promoveram de forma clandestina e criminosa a interceptação no sistema VIGIA para praticarem stalking (perseguição) e a violência psicológica com a vítima. Tudo começou quando a namorada de Robson Cândido procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e denunciou que estava sendo perseguida pelo então delegado-geral. Na época, a mulher de Robson também registrou ocorrência.
Na operação de ontem, foram colhidos elementos que apontam para a existência dos crimes de interceptação telefônica ilegal, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, invasão de dispositivo de informática e descumprimento de medida protetiva de urgência.
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