O advogado Wilibrando Albuquerque, que faz a defesa do motorista da BMW 250i branca, Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, de 41 anos, que fugiu de uma blitz, no Eixo Monumental, alega que o cliente se assustou com os tiros dos policiais militares e furou o bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Ele acrescenta que o condutor obedeceu a ordem de parada.
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Segundo a defesa, o condutor tirou o pé do freio e o carro andou para frente devido ao sistema de partida e parada, comum em carros automáticos. Em seguida, Raimundo se assustou com os tiros e arrancou com o veículo na blitz da Operação Álcool Zero.
“A gente pediu ao delegado Ataliba (chefe da 5ª DP — Área Central) que fosse feita uma perícia no plug-in do acelerador”, acrescenta. À reportagem, João de Ataliba Neto, delegado-chefe da unidade, confirmou que irá realizar a perícia.
Em determinado momento, Wilibrando conta que o policial falou para Raimundo descer do veículo, quando teria havido uma exaltação por parte dos PMs. O advogado cita o Procedimento Operacionais Padrão (POP), que padroniza as boas práticas policiais militares para buscar a excelência no desempenho de funções operacionais.
Com base no documento, a defesa não acredita que um policial sairia de casa para cometer um homicídio. Mas ele reconhece que existem equívocos de ambas as partes, pelos disparos na altura do corpo e cabeça ou pelo fato do cliente ter furado a blitz.
“Não estamos para deslegitimar a nossa Polícia Militar, mas é evidente que houve um excesso. Quando se assiste o vídeo, não é normal. Falaram que houve o atropelamento de um policial, mas não vimos em nenhum momento o militar ser atropelado. Ele se posiciona ao lado, sem impedir deslocamento, e por instinto natural, o Raimundo acelerou”, argumenta.
Habeas corpus
Wilibrando solicitou habeas corpus do cliente, que foi negado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Nessa terça-feira (31/10), a Corte determinou a conversão da prisão de Raimundo Cleofás de temporária para preventiva. Segundo ele, o motorista usa medicamento controlado e não ingeriu bebida alcoólica no dia do fato. Entretanto, o resultado do teste de alcoolemia do Instituto de Medicina Legal (IML) deu positivo.
“A gente entende que a liberdade dele é possível ser restituída. A ordem pública foi abalada pela forma como ele foi conduzido pelo veículo automotor. É um (réu) primário, tem bons antecedentes, pai de dois filhos adolescentes e a esposa está grávida de sete meses”, detalha o advogado de defesa.
Vítima do caso, o jovem Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, fez amizade com Raimundo durante emprego na empresa dele, em São Sebastião. Antes do ocorrido na blitz, no Eixo Monumental, o rapaz pediu ao motorista para pagar uma conta de aproximadamente R$ 500 em um restaurante porque o Pix não estava funcionando.
Raimundo relatou ao advogado que bebeu água mineral com gás, conversou por poucos minutos com Islan e foram embora do estabelecimento. “Vamos ter julgamento do colegiado e relatoria do tribunal. Na segunda-feira (6/11), vamos protocolar outro pedido de revogação da prisão preventiva junto ao Tribunal do Júri de Brasília”, conclui.
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