Economia

Hora de preparar a festa para as confraternizações de fim de ano

Com agendas cheias, estabelecimentos se movimentam para receber confraternizações de final de ano

 Alunos da academia Gracie Barra aproveitaram para confraternizar
 -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Alunos da academia Gracie Barra aproveitaram para confraternizar - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 13/11/2023 04:00

Os planejamentos para comemorações de Natal e Ano Novo e confraternizações com colegas de trabalho estão a todo vapor e a procura por restaurantes, casas e salões de festas faz parte do processo. Para o setor de buffets e casas de eventos, a expectativa é de lucro maior do que em 2022. Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Distrito Federal (Sindhobar-DF), o ramo deve ter aumento de 25% nas contratações temporárias. As empresas, por sua vez, esperam alta de até 20% nas reservas para celebrações de funcionários de firmas e entre familiares.

Gerente do bar e restaurante Boteco do Juca, na 413 Sul, Evaldo Sousa Melo, 38, afirma que o movimento no estabelecimento para confraternizações de fim de ano aumentou em relação ao ano passado. “Por ser um período que as pessoas têm o hábito de gastar mais e ficarem mais tempo no bar do que em outros meses, dá meia-noite e elas não vão embora”, explica.

O estabelecimento oferece almoço a semana toda, que vai de R$ 35,90 a R$ 49,90; aos domingos e feriados, oferece feijoada. “É o nosso carro-chefe”, diz Evaldo. À noite, o Boteco do Juca serve rodízio de pizza, macarrão e caldos, que custa entre R$ 52,90 e R$ 55,90 por cabeça, a depender do dia. “Já tem muita gente ligando para reservar mesas”, exemplifica o gerente do bar.

Uma das reservas de ontem foi feita pelo professor de jiu-jitsu Ricardo Freitas, 46, líder de uma academia de lutas na W3 Sul. Pelo quinto ano seguido, ele vai se reunir com os colegas de trabalho e alunos. Desta vez, o grupo almoçou uma feijoada em uma mesa com capacidade para 50 pessoas. “Sempre vem mais um pouco, porque acabam vindo familiares e amigos dos alunos também”, diz. Segundo ele, a ideia do encontro é criar vínculos entre os profissionais e os alunos da academia. “Está um clima melhor do que no ano passado, porque o pessoal está mais empolgado na academia, com alunos que vão com mais frequência. Por isso, surgiu a ideia de confraternizar”, explica Ricardo.

Tradicional restaurante de Brasília, com 35 anos de história, o Dom Francisco tem 40% das reservas feitas para o Natal e Réveillon. Segundo o gerente do local, José Aparecido da Silva, 50, o estabelecimento tem expectativa de vendas 20% maior em relação ao mesmo período de 2022. No Natal, o espaço serve um peito de peru com frutas secas e o bacalhau assado na brasa, peixe que é oferecido no ano novo também. Os clientes também pode degustar vinho e champanhe. “Normalmente são famílias que vêm jantar conosco. A maioria dos clientes passam com a gente o Natal ou o réveillon há muitos anos e são frequentadores do restaurante desde a inauguração, há 35 anos”, conta.

No Natal, é usado apenas um salão para quem garantir uma mesa. No réveillon, são os dois. Um comporta até 100 pessoas, e outro 250 em média. O gerente do restaurante explica que o valor por pessoa costuma ser de aproximadamente R$ 200. O cliente precisa pagar uma taxa de R$ 50 para garantir a reserva e ser convertida em crédito no dia do evento. “A gente deixa uma árvore de Natal na entrada, enfeitada com rolhas de vinhos, e fazemos a decoração tradicional no réveillon. Esperamos um aumento do movimento”, afirma José Aparecido.

O presidente do Sindhobar-DF, Jael Antônio da Silva, afirma que a expectativa de aumento no faturamento é grande em comparação com o ano passado após a efetiva passagem do período de pandemia da covid-19. Apesar disso, ele reclama de uma dificuldade do setor em contratar funcionários temporariamente. “O Distrito Federal passa por uma grande dificuldade na contratação de mão de obra temporária, que é fundamental para esse período de festas de fim de ano”, ressalva.

Há 13 anos à frente da Green Space Brasília, casa de festas no Park Way, a dona do estabelecimento, Rafaela Ávila, 39, comemora o agendamento de 95% das reservas para este fim de ano. O local, que era uma casa e virou um salão com capacidade para 200 pessoas, ganhou melhorias na estrutura, que será usada por uma família no réveillon. “Vamos ter hall de entrada feito de alvenaria, estrutura de proteção da chuva próximo ao salão, uma mini brinquedoteca e um berçário”, explica a empresária, que tem cinco funcionários na preparação do buffet.

Rafaela adianta que, em relação a dezembro do ano passado, o espaço deve ter aumento de 20% nas reservas. Quem for curtir as festas de Natal, vai poder degustar os tradicionais chester, pernil e lombo assados, além das sobremesas, que serão rabanada e terrine de chocolate. “Vai ter iluminação, decoração do salão para o evento e mesas montadas. Fizemos as melhorias no espaço para que a experiência do cliente seja o mais agradável possível”, finaliza a proprietária.

Buffet e DJ

Na mesma perspectiva, a empresa M&M, fundada por Marisa e Manoel e atuando no mercado brasiliense há 25 anos, com sede no Park Way, está animada com o movimento de procura de espaços para festas de final de ano. Durante a pandemia de 2020, a gestão da empresa foi transferida para os filhos do casal. Juntos eles garantem que têm um diferencial a oferecer aos clientes. “Não oferecemos apenas um espaço para eventos, mas um pacote com um buffet de alta qualidade e um DJ profissional por 5h de evento”, afirma a diretora comercial Izabel Helana. Além disso, inclui uma decoração natalina, oferecida aos clientes sem custo adicional.

A diretora do espaço afirma que, em 2023, houve uma mudança notável com mesma quantidade de reservas de dezembro inteiro, diferente do ano passado, quando os clientes começaram a procurar a partir do segundo semestre. Neste ano, ela conta que as pessoas se programaram com antecedência. Ela ainda espera duas ou três reservas a mais. “A demanda atual é para evento corporativo. Diferentemente de anos anteriores, os clientes começaram a fazer orçamento e reservas a partir de maio", explica.

Com a agenda da empresa praticamente cheia, ela confessa que o setor fica sobrecarregado por cerca de 35 dias de trabalho intenso. "É uma temporada curta porque, depois de 20 de dezembro, ninguém mais faz festa. Alguns entram de férias da empresa ou tiram recesso. Então, a alta temporada começa mais ou menos em 15 de novembro e vai até dia 22, no máximo, de dezembro,” afirma Izabel.

*Estagiárias sob a supervisão de Patrick Selvatti

 

  • Green Space Brasília, no Park Way, com mesas postas para festa de réveillon
    Green Space Brasília, no Park Way, com mesas postas para festa de réveillon Foto: Green Space Brasília/Divulgação
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