SISTEMA FINANCEIRO

BRB vai buscar novos sócios para loterias, após rompimento com portugueses

Banco de Brasília divulga fato relevante ao mercado no qual assume o rompimento do acordo com a Santa Casa de Lisboa para explorar jogos no Distrito Federal. Operação foi vetada por órgãos reguladores

Lisboa — O Banco de Brasília (BRB) encaminhou, na noite desta quinta-feira (26/10), um fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula e fiscaliza o mercado de capitais, informando que rompeu uma parceria com a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para a exploração de jogos e loterias no Distrito Federal. A instituição portuguesa já tinha anunciado o rompimento com o banco quatro dias antes. Pela parceira, o BRB receberia R$ 77,3 milhões.

No documento, assinado pelo diretor de Relações com Investidores, Dario Oswaldo Garcia Junior, e pelo gerente de Relações com Investidores, Amaro Moraes Patrício, o banco informa que não desistiu do negócio com loterias. Por isso, buscará outros parceiros. “O BRB avaliará novas alternativas estratégicas para implementação da BRB Loterias e manterá seus acionistas e o mercado devidamente informados sobre o desdobramento dos fatos mencionados neste Fato Relevante”, frisa a instituição.

O acordo entre o Banco de Brasília e a Santa Casa de Lisboa foi firmado em 31 de março de 2023. O negócio, porém, levantou sérias suspeitas de irregularidades por parte do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que mandou parar a operação. O processo corre em sigilo. A parceria com os portugueses também foi rejeitada pelos órgãos reguladores, indicando sérias inconsistências na proposta. Em Portugal, o assunto causa arrepios na nova direção da Santa Casa, que ordenou uma ampla auditoria em todos os negócios que a entidade tem no Brasil.

O Banco de Brasília chegou a anunciar a criação da BRB Loterias, em que ficaria com 50,1% do capital e a Santa Casa de Lisboa, com 49,9%. O BRB estava tão confiante no negócio, que lançou os R$ 77,3 milhões como receita efetivada no balanço do primeiro trimestre deste ano. Isso, mesmo com o dinheiro previsto para entrar ao longo de anos. Ao identificar essa operação, o Banco Central mandou o BRB retirá-la de seus demonstrativos. Na mesma inspeção, o BC encontrou um total de R$ 321 milhões em inconsistências no balanço do BRB, que terá de ajustar todas as contas.

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