No Dia do Médico, celebrado nesta quarta-feira (18/10), o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) traz dados preocupantes sobre a saúde mental da categoria. Em 2022, entre os 5.094 médicos atualmente ativos na Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), foram registrados 8.163 pedidos de atestados médicos, o que representa uma média de 1,6 licenças por profissional.
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O tratamento de transtornos mentais e comportamentais foram as principais razões para o afastamento de médicos. Os dados estão em um relatório elaborado pela Gerência de Produção e Informação em Saúde, da Secretaria de De Planejamento, Orçamento e Administração do Distrito Federal (Seplad), abrangendo os servidores da SES-DF.
Para Lívia Vanessa Ribeiro Gomes Pansera, presidente do CRM-DF, é fundamental que as instituições de saúde e as autoridades tomem medidas para apoiar os profissionais, com condições de trabalho dignas, suporte profissional e um ambiente mais humanístico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença, conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é causada pelo estresse crônico no local de trabalho que não foi bem gerenciado. Desde janeiro do ano passado, a doença passou a integrar a lista de enfermidades ocupacionais relacionadas ao trabalho.
Aumento da violência
Como o Correio mostrou em agosto deste ano, em reportagem sobre aumento nas agressões a profissionais de saúde, o CRM-DF trouxe que os casos de agressões e abusos se tornaram recorrentes nas emergências de hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Apenas no primeiro semestre de 2023, dados da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontam que, em comparação com o mesmo período do ano anterior, os casos de agressão contra médicos subiram de 54 para 61 ocorrências.
Segundo o Conselho Regional, um exemplo de violência registrado em 2022 envolveu uma médica pediatra no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A profissional estava de plantão quando foi atingida com um monitor por uma mãe de paciente, que estava nervosa devido à demora no atendimento na unidade de saúde. Na ocasião, a médica fraturou o punho e precisou engessar o braço.
SOS Médicos
Para apoiar esses trabalhadores, o CRM-DF criou o canal SOS Médicos, que oferece suporte em questões como agressão verbal ou física, assédio moral e sexual, ou situações que envolvam ordens de prisão no serviço. Desde a criação da iniciativa, em 2022, o canal atendeu mais de 20 profissionais.
O meio de comunicação é administrado pela assessoria jurídica da autarquia que acolhe esses médicos e orienta como devem proceder após sofre qualquer tipo de violência.
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Com informações do CRM-DF