O deputado distrital Gabriel Magno (PT) foi o convidado de ontem do CB.Poder — programa da TV Brasília em parceria com o Correio — e destacou o trabalho feito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que foi prorrogada, em agosto, por mais 90 dias.
Na bancada, os jornalistas Renato Souza e Roberto Fonseca perguntaram como deve ser o trabalho no restante do segundo semestre. "Este resto de ano tem esse papel de revelar e tentar aprofundar esse debate. O que marca o relatório é que desmontou a tese que tentavam negar, da tentativa de golpe de estado", avalia Magno.
Para o parlamentar, a citação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) comprova uma tese defendida na CLDF: os atos antidemocráticos foram planejados. "Tinha várias recomendações para não permitir que os manifestantes descessem até a Esplanada", destaca o deputado distrital.
Como vai ser o trabalho da CPI dos Atos Antidemocráticos daqui para frente?
É preciso avançar nessas investigações que o relatório propõe para a gente tentar entender em qual camada tinha um real envolvimento de omissão ou participação. Traz para a CPI da Câmara Legislativa essa tarefa de aprofundar nesse debate e continuar as investigações e as oitivas daqueles que eram responsáveis pela manutenção do esquema de segurança. Escutamos muita gente e ficou evidente que houve falha na inteligência, execução, planejamento e no operacional. Foi uma falha em cadeia. Este resto de ano que temos de CPI da CLDF tem esse papel de revelar e tentar aprofundar esse debate. O que marca o relatório é que desmontou a tese que tentavam negar, da tentativa de golpe de Estado, daqueles que tentavam negar o 8 de janeiro, que tinham uma tese estapafúrdia de infiltrados.
O governador Ibaneis Rocha foi citado no relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD) na CPMI do Senado, que pediu um aprofundamento das investigações em relação a ele...
Acho que comprova uma tese que estamos defendendo na CPI da Câmara Legislativa. Ela foi planejada do ponto de vista global, e entrou e capturou um setor aqui do Distrito Federal, das forças de segurança do DF. Houve, de fato, um descompromisso e um descuido muito grande por parte do governo, que era responsável pela segurança do Distrito Federal e da própria Esplanada dos Ministérios. Os documentos mostram que o diretor-geral da Polícia Federal e o ministro da Justiça autorizaram o governador a pedir o uso e emprego da Força Nacional, e ele não fez. Tinha várias recomendações para não permitir que os manifestantes descessem até a Esplanada. Especialistas em segurança pública que foram à CPI dizem que o grande problema foi as pessoas terem cruzado a Rodoviária e terem descido. Ali, deveria ter tido uma barreira. O que vimos no dia 8 de janeiro foi a própria Polícia Militar escoltando os manifestantes para chegarem na Praça dos Três Poderes.
O que está previsto no calendário da CPI da CLDF?
A gente ainda está montando esse calendário. Vários requerimentos de oitivas já foram aprovados. A próxima, desta semana, é de um policial militar que está aposentado, mas que era considerado o pastor do acampamento em frente ao Quartel General (QG) do Exército Brasileiro. Ele, que está preso, estava presente no QG. Os indícios mostram que ele ajudava a organizar esse processo. A questão do acampamento em frente ao QG é uma questão importante também para continuar aprofundando esse debate. Por que a permissividade? Por que ele ficou lá tanto tempo? Por que ninguém tirou?
Acredita que ficou clara a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro nessa tentativa de golpe de Estado?
Ficou evidente, não só por todas as atitudes dele durante o governo, inflamando a população contra o sistema eleitoral e contra as urnas eletrônicas e contra a própria esquerda. São várias as declarações do Jair Bolsonaro enquanto era presidente da República, que tinha que metralhar os petistas e metralhar a esquerda brasileira e criminalizar um partido político, descreditando da Justiça Eleitoral e da própria democracia brasileira, referendando ditadores e torturadores. Quando acaba a eleição, no processo da disputa eleitoral, ele não reconhece o resultado das urnas e incentiva as pessoas a irem para a porta do Quartel General. E sai dos seus aliados mais próximos a minuta do golpe e de consulta ao Alto Comando das Forças Armadas dessa possibilidade.
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