Mais um caso de princípio de motim foi registrado em uma unidade socioeducativa do Distrito Federal. Dessa vez, o ato ocorreu na unidade de Santa Maria, na noite dessa terça-feira (17/10). Esse é o terceiro caso de rebelião só este mês. Em uma reportagem exclusiva publicada nessa segunda-feira (16/10), o Correio detalhou os problemas das unidades, que envolvem, além de motim, brigas, ameaças a servidores e entrada de drogas.
Por volta das 21h dessa terça, agentes socioeducativos perceberam que havia sinal de fogo em um dos corredores que dá acesso aos quartos dos adolescentes. Outros servidores foram acionados para conter as chamas e tiveram dificuldades por causa da fumaça.
Os agentes usaram extintores de incêndio e, na vistoria em um dos quartos, encontraram espumas de colchão em chamas. Três adolescentes foram encaminhados à delegacia por suspeita de princípio de motim.
Impasses
A reportagem publicada pelo Correio detalhou sobre as ocorrências registradas nas unidades que envolvem brigas entre adolescentes, ameaças a agentes e motim. Só este ano, de 7 de junho a 15 de setembro, uma única unidade de internação, a do Recanto das Emas (Unire), registrou 16 brigas entre adolescentes. Na de São Sebastião, em um intervalo de quatro dias neste mês, ocorreram dois princípios de rebelião.
Em uma delas, em 5 de julho, um adolescente saiu da sala para buscar um livro na biblioteca e, ao retornar, outro menor atacou a vítima com uma cadeira. O objeto também atingiu um galão cheio de água do bebedouro. Em outro caso, registrado em 15 de agosto durante uma aula de artes, dois socioeducandos deram início a uma discussão e um deles arremessou uma cadeira contra o outro. Em ato contínuo, os dois entraram em luta corporal com socos e chutes e um dos adolescentes chegou a tentar estrangular o menor com um golpe de mata-leão.
Casos de ameaças contra os servidores são recorrentes, principalmente contra as profissionais do sexo feminino, com base nos documentos obtidos pela reportagem. Em 24 de agosto, enquanto os adolescentes eram retirados dos quartos para as atividades externas, uma agente foi xingada com palavras de baixo calão. Ao ser indagado, o garoto respondeu: “Quem você pensa que é? Eu olho para onde quiser, sua vagabunda, safada, desgraçada.” Depois, tentou partir para cima da servidora e foi impedido pela equipe.
Em um intervalo de quatro dias, adolescentes da Unidade de Internação de São Sebastião promoveram dois princípios de rebelião e atearam fogo em pedaços de espuma de colchão e em roupas. A primeira ocorreu em 3 de outubro. Por volta das 23h45, agentes escutaram barulho de pancadas vindo de uma das portas nos alojamentos do corredor. Num dos alojamentos, os policiais encontraram diversas espumas de colchão e perceberam sinais de fumaça e fogo no interior do quarto. Os agentes solicitaram apoio via rádio dos plantonistas e perceberam que outras espumas em chamas estavam sendo arremessadas para outros dois quartos do corredor.
O interno suspeito teria resistido ao comando dos agentes e resistido ao uso de algemas, sendo necessário o uso de spray para conter o menor. Os outros socioeducandos foram retirados dos alojamentos algemados e levados à área de convivência de módulo para impedir qualquer fuga. Ao ser questionado pelos servidores, o adolescente suspeito de atear fogo nos colchões confessou o crime e afirmou que tinha a intenção de “puxar” um motim.
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