Os dados de agosto do Mapa da Inadimplência da Serasa revelam que o Distrito Federal contabiliza mais de 1,2 milhão de pessoas inadimplentes, ou seja, 52,45% da população adulta. O número é acima da média nacional (43,88%). Esse grupo de brasilienses tem, nesta semana, a possibilidade de pagar as dívidas e sair do vermelho. O projeto itinerante Serasa na Estrada oferece serviços gratuitos como consulta de pontuação de crédito, a negociação de dívidas e a solicitação de empréstimos e cartões de crédito.
O objetivo do balcão itinerante é levar orientações para uma vida econômica mais saudável, conforme explicou Fernando Gambaro, diretor de marketing da Serasa. "Acreditamos que a solução para a melhora das finanças do brasileiro é a educação e ações desse tipo motivam uma conversa importante sobre o tema", disse. O programa começou em Porto Alegre, em agosto, e já passou por Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Campinas, Vitória, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia, pousando, agora, em Brasília. O próximo destino será Manaus, em fevereiro de 2024.
No total, mais de 24 mil pessoas negociaram dívidas pelo projeto, desde agosto deste ano. Esses números, porém, não abarcam a movimentação nos canais digitais da Serasa, como site e aplicativo, nos quais a maior parte do público busca mapear e organizar a sua vida financeira. "O caminhão atende principalmente aqueles com alguma dificuldade ou desconfiança dos meios digitais. No entanto, não se limita a isso, já que as pessoas que buscam alguma orientação financeira também podem procurar os serviços", analisou o diretor de marketing da empresa.
Balcão itinerante
Entre as faixas etárias, os mais inadimplentes do Distrito Federal têm entre 41 e 60 anos (38,2%), seguidos pela população entre 26 e 40 anos (33,8%) e por pessoas com mais de 60 anos (17%). Cada inadimplente deve, em média, R$ 7.485,10. Além disso, a maior parte desse total de R$ 9,5 milhões em dívidas está concentrada em três setores: bancos e cartões (34,39%); serviços (17,61%), que contempla os gastos com água, energia elétrica e gás; e financeiras (17,25%).
A técnica em enfermagem Cleonice Mascarenha, 48, saiu do caminhão do Serasa na Estrada esbanjando sorrisos nesta terça-feira (17/10). Ela conseguiu reduzir, com a irmã, Lília Mascarenha, 45, uma dívida que antes somava R$ 8 mil. Agora, o débito é de R$ 1.111. "O atendimento durou apenas dez minutos", comemorou.
Para Cleonice, o serviço deveria se expandir e ocorrer com maior regularidade, visto que muitas pessoas têm dificuldades em usar o aplicativo, em especial aquelas que possuem pouco letramento digital. Segundo Lília, as dívidas se acumularam após ter emprestado seu nome para um parente comprar um celular. "Depois, surgiram as cobranças do banco e perdi o controle das finanças", recordou.
Daniela Xavier, 40, negociou uma dívida de R$ 23 mil, resultante de gastos com serviços de saúde e com a compra de um celular. O objetivo, agora, será quitar oito parcelas de R$ 100. "Ainda me preocupo em como vou pagar, mas fico mais tranquila em saber exatamente os valores que preciso desembolsar", desabafou a moradora de Sobradinho, que está desempregada.
A aposentada Maria Elizete Alves, 67, não teve a mesma sorte que Cleonice, Lília e Daniela. "Fui informada de que preciso ir ao banco para resolver o meu problema, que se acumula há dois anos", comentou. Dos 11 cheques que usou para comprar móveis de casa, conseguiu pagar oito. O restante soma R$ 5.200. "Eu me arrependo dessas dívidas. Foi um gasto desnecessário e impulsivo", lamentou.
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