O governo do Distrito Federal pretende fazer uma iluminação na reta final de 2023, nos moldes do que ocorreu em edições passadas do projeto Brasília Iluminada. Com o nome diferente, o projeto intitulado como “Réveillon Cidade Luz 2024” visa a decoração do Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios, Praça do Buriti e a Praça Rainha da Paz durante 18 dias. O desejo do governo é gastar R$ 12 milhões com a implementação da festa.
Os dados constam em portaria publicada na edição do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de terça-feira (3/10). A intenção do governo é de que a iluminação esteja aberta ao público em 15 de dezembro, ficando exposta por 18 dias — até 2 de janeiro de 2024. Na portaria, há previsão de shows artísticos em regiões do DF, como Ceilândia, Planaltina e a Praça dos Orixás, além do próprio Plano Piloto.
“Nosso objetivo é proporcionar uma experiência verdadeiramente única e exclusiva para todos os participantes e suas famílias, criando uma cenografia marcante e emocionante por meio de uma variedade de atividades e proporcionando o contato com exibições de shows artísticos pelo DF”, cita parte do projeto.
O edital para recebimentos das propostas foi dividido por categorias. A categoria “A” é voltada à ornamentação de pontos centrais de Brasília, como a Esplanada dos Ministérios — para isso, o governo quer desembolsar R$ 7 milhões. Na categoria “B”, visa a organização, produção e estruturação de shows artísticos nas regiões do DF, com investimento de R$ 5 milhões. A parceria do governo local com a empresa abre brechas para recursos complementares.
A expectativa é de que o projeto saia do papel o quanto antes, para que os preparativos da festa estejam prontos com antecedência, diferente de outras edições do Brasília Iluminada — quando o prazo de entrega dos festivos não foi cumprido.
Brasília Iluminada
Antes de se chamar “Réveillon Cidade Luz 2024”, o evento já se chamou Brasília Iluminada. O projeto chegou a ser alvo de operações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em conjunto com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em janeiro do ano passado.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), André Clemente, chegou a ser alvo de busca e apreensão por duas vezes, em endereços ligados ao conselheiro, como a casa e o gabinete dele, no TCDF. Na época da realização do Brasília Iluminada de 2021 para 2022, Clemente era secretário de secretário de Economia do DF. Ele rebateu as acusações dos investigadores.
Em nota ao Correio, o conselheiro disse que o próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu a ilegalidade da investigação. "O Brasília Iluminada foi um sucesso e encantou mais de 1 milhão de pessoas que o visitaram. Não houve irregularidades. O TCDF reconheceu, em processo sobre o tema, que as finalidades do projeto foram alcançadas. O STJ, em 12 de setembro, por unanimidade, também reconheceu a ilegalidade da investigação", disse o ex-secretário.
Nas duas etapas da operação, foram alvos o conselheiro e o presidente do Instituto Idheias, Geraldo Marcelo Sanches. O Idheias é uma organização civil, e foi contratada para executar o projeto de iluminação e ornamentação do Natal de 2021, por R$ 14 milhões.