Investigação

Justiça afasta presidente do Iprev por suspeitas de corrupção no instituto

Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta manhã. O presidente do instituto, Paulo Moita, foi afastado do cargo

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) afastou Paulo Ricardo Andrade Moita do cargo de diretor-presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF). Ele foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (4/10), na Operação “Imprevidentes”, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

A suspeita é de que haja, dentro do órgão, irregularidades no chamamento para o credenciamento de fundos de investimento e de instituições financeiras. Com os avanços das investigações, foi necessária a deflagração de uma segunda operação — a primeira ocorreu em fevereiro, como um dos alvos o secretário de Planejamento do DF, Ney Ferraz — principalmente por suspeitas de participações de outros envolvidos no crime de lavagem de dinheiro. Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Na operação desta manhã, as buscas tiveram como objetivo a consolidação das provas para conclusão do inquérito. Além disso, o MPDFT e a PCDF visam comprovar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, a eventual identificação de outros envolvidos e a apreensão de bens e valores para ressarcimento dos cofres públicos.

Com a decisão da Justiça, Paulo Moita está proibido de ingressar no prédio do prédio do Iprev, localizado no Setor Comercial Sul — atualmente o presidente está de férias, mas foi notificado da decisão. O Correio buscou a defesa do presidente, mas até o momento não tivemos resposta.

Em nota, o Iprev-DF esclareceu que está colaborando com as autoridades sobre a investigação. "O Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF) esclarece que continua a colaborar com as autoridades sobre as investigações e tem se pautado pela transparência em todos os níveis, tomando as medidas necessárias para cumprir a sua missão de construção de um futuro previdenciário seguro a seus beneficiários, com integridade, confiabilidade e sustentabilidade", disse a nota.

Investigação

As investigações apontam que, para ocultar valores obtidos de forma ilícita, contas de pessoas jurídicas vinculadas aos novos investigados são utilizadas para realizar movimentações financeiras e pagamentos de despesas pessoais de réus envolvidos na primeira fase da operação.

Os suspeitos são investigados pela possível prática de associação criminosa e crimes de lavagem de bens, direitos e valores. Caso condenados, a pena pode chegar a 13 anos de prisão.

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