Com otimismo em relação ao Dia das Crianças, deste ano, comerciantes preparam os estoques para alavancar as vendas que prometem chegar ao patamar pré-pandemia. Segundo pesquisa de mercado realizada pelo Instituto da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), cerca de R$ 173 milhões podem ser injetados na economia local, com valor médio de R$ 88 mil a ser movimentado por empresa do segmento beneficiado pela data. É esperado, ainda, um crescimento de 21,45% nas vendas em relação ao mesmo período de 2022.
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De acordo com o relatório, 61% dos comerciantes acreditam em um desempenho melhor em comparação ao efetivamente vendido no ano passado. Para a gerente do loja de brinquedos Ri Happy, no JK Shoping, Aline Lopes, 40 anos, o Dia das Crianças é uma das data comemorativa mais importantes do ano. "No pós-pandemia esse é o primeiro ano que podemos dizer que estamos voltando à normalidade. O 12 de outubro é o nosso Natal, as expectativas são as melhores", explica.
A moradora de Ceilândia frisa que o e-commerce é o principal concorrente para as vendas deste ano, contudo ela espera um aumento de 10% no movimento em relação ao ano passado. "O público nesta unidade tem um gasto médio de R$ 200 por cliente. É difícil falar em um brinquedo específico, mas nosso carro-chefe são as bonecas Barbie e os carros Hot Wheels", lembra.
Outro patamar
De acordo com o levantamento da Fecomércio, os presentes preferidos pelos clientes este ano serão brinquedos, 38,9%; vestuário e acessórios, 18,3%; calçados e acessórios 13,8; tortas/doces/bombons, 13,4%; e artigos para presentes/souvenirs, 7,7%.
Ellen Fernandes, 40, é gerente da Kids, que vende calçados infantis. Ela espera que as vendas do Dia das Crianças deste ano voltem ao patamar pré-pandemia. "Em relação ao ano passado, esperamos um aumento de 10%, no mínimo. Estamos no mercado desde 2014 e 2019 foi nosso melhor ano. Para essa temporada, vamos voltar ao nível de quatro anos atrás", salienta.
A gerente expõe que, em conversa com suas parceiras de trabalho, foi debatido que 2023 seria o ano de reconstrução, após a queda de vendas ocasionadas pela pandemia da covid-19. "Estamos no presencial e on-line, buscando atrair o cliente de todas as formas. Atendemos de recém-nascidos até 12, 13 anos", frisa. A moradora de Ceilândia declara que, após a pandemia, muitos fornecedores de pequeno porte fecharam as portas e, por conta disso, foi preciso comprar os produtos de grandes empresas. Desse modo, a loja comprou mais caro e precisou repassar o aumento para o consumidor final. "Hoje temos preços acessíveis, a partir de R$ 24,90 mesmo com todos os problemas pós-pandemia. O cliente vai gastar em média entre R$ 60 e R$ 80 em nossa loja", destaca.
A criançada pode esperar bastantes presentes, já que 67,7% dos consumidores pretendem presentear os pequenos, segundo a Fecomércio. De olho em mimos para seus três netos, Maria do Socorro de Caldas, 52, está pesquisando bastante, já que pretende gastar R$ 60 em cada lembrança. "Se tivesse com condições melhores, poderia gastar um pouco mais, porém o que importa é a qualidade e não a quantidade", enfatiza. A autônoma vai presentear o Bento, 1 ano; o Enzo, de 8; e a Alice Maria, de 13, com roupas e brinquedos. "Pretendo dar brinquedos para o mais novo, e para a Alice e Enzo, que já são maiores, vou comprar umas peças de roupas ou calçado", expõe. A moradora de Samambaia Sul comenta que não se assustou com os preços este ano e que todos os presentes vão caber no orçamento.
Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido da Costa Freire, a capital federal vive um cenário de melhoria no nível de emprego, aliado à redução da inflação, criando esse otimismo para as vendas do Dia das Crianças. "As duas reduções consecutivas da taxa Selic e os reajustes salariais nos setores público e privado influenciaram para esse cenário de melhora", afirma.
Empregos
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta, garante que há otimismo também para as vendas de final de ano. "As lojas começaram a estocar em agosto preparando-se para o Dia das Crianças, Black Friday e Natal", disse. Abritta pondera que o pior da pandemia passou e a grande maioria da população se vacinou contra a covid-19, o que proporciona maior movimento no comércio e varejo. "Para os últimos quatro meses do ano, as lojas estão investindo em confecções, objetos para o lar, brinquedos, eletroeletrônicos, sapatos, perfumes e outros produtos", adianta.
O balcão de empregos do Sindivarejista receberá, a partir da segunda quinzena de outubro, currículos de quem pretende trabalhar no comércio no fim de ano. Entre novembro e dezembro de 2022, foram criados cerca de 3,5 mil empregos temporários em diferentes setores do varejo. Para o próximo fim de ano, estima-se 3,9 mil empregos temporários.