Afastados policiais envolvidos em fuga da blitz que resultou em morte

Os militares tiveram as armas apreendidas pela Polícia Civil do DF, que investiga o caso. Segundo o coronel da PMDF Edvã Sousa, o afastamento faz parte do processo para preservar o psicológico

BMW 320i usada pelo motorista que fugiu de blitz no Eixo Monumental ficou com várias marcas de tiros após a perseguição - (crédito: Material Cedido ao Correio)

Júlia Eleutério +

postado em 30/10/2023 13:05 / atualizado em 30/10/2023 13:10

Oito policiais militares foram afastados dos cargos após a morte do passageiro Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos. O jovem estava na BMW envolvida na fuga de uma blitz no Eixo Monumental, na madrugada deste domingo (29/10). Segundo o Coronel da Polícia Militar do DF Edvã Sousa, a medida visa preservar o psicológico dos agentes e faz parte do processo.

De acordo com o coronel, todos os policiais militares envolvidos em caso que se tenha morte devem ser apresentados ao centro de avaliação psicológica da PMDF para poder preservar e prestar o apoio possível. “Eles estão afastados para poder preservar as questões psicológicas deles, não porque estão sendo investigados”, destacou o militar.

Sobre os policiais afastados, o coronel Edvã Sousa ressaltou ainda que “eles fazem parte de um processo”. “Como eles estavam no ambiente, vão sofrer toda a investigação policial militar e pela questão do inquérito civil”, avaliou.

Ao todo, 15 policiais participaram da ação que consistia em três pontos de bloqueios, sendo cinco em cada. Segundo a corporação, a fiscalização era feita na DF-010, perto das saídas de um bar movimentado na região para deter os motoristas que saíssem embriagados do local. A Polícia Civil do DF (PCDF) apreendeu a arma dos oito policiais e a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) investiga o caso.

Morte na blitz

Morador de São Sebastião, Islan da Cruz Nogueira, 24 anos, era passageiro em uma BMW 350i branca, que fugiu da Operação Álcool Zero, na madrugada deste domingo (29/10), no Eixo Monumental, perto do Complexo Brasil 21. Policiais militares deram ordem de parada, mas o condutor, Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, 41, desobedeceu e acelerou em alta velocidade, atropelando um PM.

Durante a operação, o veículo de Raimundo Cleofás teria saído da fila para fiscalização e acelerado, atropelando um policial militar. Nesse momento os agentes de segurança efetuaram os primeiros disparos em direção aos pneus. Chegando no próximo ponto de contenção, logo à frente, novos tiros.

A PMDF afirma que o condutor desobedeceu às ordens emitidas pelos policiais, o que teria dado início à perseguição, até o momento em que o condutor parou, saiu do carro e deitou-se no chão, na via S1, perto da Esplanada dos Ministérios. De acordo com a Polícia Militar do DF, a perseguição policial ocorreu porque o motorista estava com evidentes sinais de embriaguez.

O passageiro da BMW morreu no local, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O veículo tinha ao menos cinco marcas de tiro nos vidros traseiro e dianteiro, capô e porta. Após a morte do jovem, o corpo foi encaminhado à sede do Instituto de Medicina Legal (IML), da PCDF, assim como o carro envolvido.