SOCIEDADE

População com mais de 100 anos no DF cresce 61% em uma década

Dados do IBGE revelam que, no Distrito Federal, há 300 pessoas com 100 anos ou mais, sendo 77 homens e 223 mulheres

O Censo 2022 também mostrou que a população do Distrito Federal está cada vez mais idosa -  (crédito: Reprodução/Freepik)
O Censo 2022 também mostrou que a população do Distrito Federal está cada vez mais idosa - (crédito: Reprodução/Freepik)
postado em 27/10/2023 17:46 / atualizado em 27/10/2023 17:48

São 300 pessoas no Distrito Federal com 100 anos ou mais. Desse quantitativo, 77 são homens e 223 são mulheres. Os dados são do Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (27/10).

Dados de 2010 mostram que, na época, haviam 55 homens e 131 mulheres com 100 anos ou mais. Isso representa um aumento de 61% em apenas uma década. 

Os números em nível nacional também impressionam. Segundo o IBGE, há 10.570 homens com 100 anos ou mais e 27.244 mulheres. 

Um estudo sobre Projeções Populacionais para as Regiões Administrativas do Distrito Federal 2020-2030, feito pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em 2022, revelou que a população da capital está envelhecendo. 

O fenômeno é justificado pelas baixas taxas de fecundidade, causando uma redução da população jovem (0 a 14 anos). Em 2020, o índice de envelhecimento no DF era de 57,5%. Para 2030, a previsão é que o número aumente para 95%. 

Isso significa que, a cada 100 jovens, existirão 95 idosos (60 anos ou mais), aumentando a idade média da população, que passará de 33,4 anos em 2020 para 37,5 ao final da década. 

Fernando Sobrinho, professor do Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Brasília (UnB), alerta que o Brasil atualmente vive um processo de envelhecimento da população. 

"Nas últimas décadas, há um considerável aumento na expectativa de vida do brasileiro. São vários fatores que influenciam: o avanço da medicina, melhoria da qualidade de vida, maior acesso à saúde e educação e serviços públicos e privados de saúde", explica. 

"Se por um lado a expectativa de vida, que é a quantidade de anos vividos, aumenta a cada ano, por outro lado a taxa de natalidade cai na mesma proporção que a expectativa de vida aumenta. Então a gente começa a ter um aumento da população idosa acima de 60 anos, não apenas no Distrito Federal, como também no Brasil como um todo", complementa. 

Vantagens e desvantagens de ser idoso no DF

Existem algumas vantagens e desvantagens de ser idoso e morar no Distrito Federal. Fernando Sobrinho cita que, entre os pontos positivos, está o serviço de saúde e os benefícios oferecidos aos idosos. 

"Temos um sistema de saúde público e privado que pode atender a população com idade mais avançada. Há também uma legislação, como o Estatuto do Idoso, o passe livre para idosos... uma série de benefícios. Brasília também é uma cidade bastante arborizada, que tem uma qualidade de vida e que os idosos acabam usufruindo dessa qualidade. Aqueles que moram perto de parques públicos tem uma qualidade de vida muito boa", relata. 

Já entre as desvantagens, o professor da UnB cita os recorrentes episódios de violência contra pessoas mais velhas. "O idoso, muitas vezes, entra em situações extremamente vulneráveis. Há muitos crimes que são cometidos contra idosos, como violência física, violência sofrida pelos filhos, que muitas vezes vivem com eles para usufruir da aposentadoria, maus-tratos e golpes", conta. 

"Brasília também é uma cidade que apresenta muitas dificuldades para os idosos. Isso tem relação com a própria segregação da cidade, como um idoso que tem maior padrão de renda, que mora no Plano Piloto ou Lago Sul, obviamente tem uma qualidade de vida melhor que um idoso que mora em uma área periférica, pois não vai ter área verde, lazer, muitas vezes não se sente seguro sozinho", conclui. 

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