Com mais de 50 representantes governamentais e de empresas especializadas em otimizar processos, o evento Desafio de problemas complexos no governo — organizado pela Cotidiano Aceleradora — debateu, nesta sexta-feira (27/10), o trabalho de aceleração, inovação de processos de trabalho e organização de serviços no setor público. No Espaço Inovação, no edifício 3 do Banco do Brasil, no Setor Bancário Sul (SBS), os palestrantes destacaram o poder de integração que prestam às instituições.
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Para isso ocorrer, a diretora de inovação da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Camila Medeiros, destaca que é preciso ter um trabalho conectado entre empresas e pesquisadores para identificar soluções, com base tecnológica, para resolver os problemas de serviço nos órgãos públicos da melhor forma. "A gente apoia órgãos da administração pública com a realização de pesquisas, mas também ajudando na produção de projetos de inovação para que se entenda os problemas e identifique soluções", contextualiza.
Camila cita três camadas de valor que a Enap entrega às instituições públicas: a capacidade de entender o problema de forma mais completa; o apoio metodológico para um conhecimento especializado e endereçamento dos problemas; e a capacidade de fazer a conexão das instituições com setores dentro delas que resolvam os problemas. "Fazendo um mapeamento tecnológico, a gente consegue identificar coisas que muitas vezes não fazem parte do repertório do órgão", detalha Camila.
Empresa que presta esse tipo de serviço há sete anos no DF, a Cotidiano Aceleradora otimizou processos de mais de 200 startups e 500 times corporativos, como cita o sócio da empresa, André Fróes. Um dos clientes é justamente a Enap. Ele explica que são solucionados problemas de diversos setores com foco em pessoas, processos e em estruturação de valores. "Começamos ajudando empreendedores a criarem empresas inovadoras que solucionam problemas de diversos setores. Com a evolução do nosso trabalho, começamos a perceber que essa mentalidade de empreender poderia ser aplicada às empresas tradicionais", lembra.
André diz que a Cotidiano atua em outras localidades, mas tem foco maior na capital federal por ser um ambiente fértil. "Ajudamos esses times a olharem os problemas complexos e que precisam de criatividade, agilidade e organização para que sejam resolvidos da melhor forma. São instituições grandes que têm muita gente boa, que é a grande força dentro desses órgãos públicos. Pessoas, processos e valores são coisas que a gente ajuda a estruturar para que, de fato, os problemas sejam resolvidos", explica o sócio.
Trabalho na ponta
Com programação das 9h às 12h30, o evento reuniu equipes do Ministério da Saúde, Banco do Brasil, Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). Dois representantes do ministério, Guilherme Sheldon e Mônica Mônica Moraes, respectivamente, analista e coordenadora de Cooperação Técnica em Saúde, comentaram que o serviço na pasta federal exige organização nos setores para que o trabalho na ponta da cadeia de produção seja bem feito, como a aquisição e entrega de vacinas e medicamentos do Programa Nacional de Imunização. Para isso, há desafios, como funcionários analisarem a complexidade dos documentos de diversos temas. "A análise precisa vir do ser humano. Não dá para ser só inteligência artificial porque existem programas de saúde onde somente a experiência pessoal pode contar nessas horas", comenta Mônica.
Ela acrescenta que, atualmente, há 61 termos de cooperação dentro do Ministério para acelerar os
processos de produção. O departamento faz um acompanhamento desses projetos desde o início do planejamento, e abrange todas as áreas de atenção em saúde, seja saúde da mulher, da criança, atenção primária ou especializada. "Temos cooperação com hospitais, como o Sírio Libanês e Hran, na realização de um trabalho de excelência no transplante de órgãos. Todo esse trabalho, que impacta em UBSs e clínicas da família, é ramificado em uma rede de pessoas atendidas pelo SUS", completa.
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