CPI

Distrital é repreendida ao ler conversas sigilosas de ex-diretor da Abin

Paula Belmonte leu parte do sigilo telefônico de ex-diretor da Abin no depoimento à CPI. O próprio depoente e o presidente da CPI rebateram, já que o documento, em tese, não está à disposição da CPI da Câmara Legislativa

Ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (26/10) na CPI dos Atos Antidemocráticos -  (crédito: Rinaldo Morelli/Agência CLDF)
Ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (26/10) na CPI dos Atos Antidemocráticos - (crédito: Rinaldo Morelli/Agência CLDF)
postado em 26/10/2023 14:57 / atualizado em 26/10/2023 17:11

A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) leu parte de conversas sigilosas do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura Cunha, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF) nesta quinta-feira (26/10), e foi repreendida pelo presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT).

O ex-diretor prestou depoimento no âmbito da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, do Congresso. Durante o tempo de fala, a parlamentar leu parte de conversas sigilosas entre o ex-diretor da Abin e integrantes da agência. Logo em seguida, foi repreendida pelo próprio depoente e pelo presidente da CPI, Chico Vigilante (PT). 

“Isso se trata da minha quebra de sigilo telefônico oferecida em sigilo para a CPMI. A senhora não pode falar da minha quebra de sigilo. Eu não disponibilizei a minha quebra para essa comissão”, disse o ex-diretor Saulo Moura da Cunha.

As conversas constam em uma quebra de sigilo de Saulo, após ele ter entregue o próprio celular à CPMI, com outros diálogos, inclusive envolvendo ele e o general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ocorre que, mesmo a intenção de mostrar o documento, o sigilo não está disponível no âmbito da CPI da CLDF

A reportagem procurou a parlamentar para saber como ela obteve as conversas, que são sigilosas no âmbito da CPMI. O espaço segue aberto.

Depoimento

O ex-diretor prestou depoimento na manhã desta quinta (26/10) na CPI dos Atos Antidemocráticos, da CLDF. É a reta final da CPI, que pretende encerrar os trabalhos em novembro.

Durante o depoimento, Saulo pontuou que, se as informações encaminhadas pela Abin fossem consideradas, os atos não teriam acontecido. “A informação da Abin é de inteligência, é feita para assessorar o poder decisório. Nesse caso, quem estava com a decisão eram as forças de segurança do DF. Obviamente, os fatos falam por si mesmo: houve falhas. Óbvio”, disse. “Senão, não teríamos a depredação da sede dos Três Poderes”, completou o ex-diretor.

O ex-diretor falou também sobre a trama que envolveu o pedido do ex-ministro G. Dias, sobre ter mandado excluir o próprio nome de uma planilha que mostrava os alertas institucionais e os alertas encaminhados ao general por WhatsApp, sobre a possibilidade de atos antidemocráticos no final de semana do 8 de janeiro.

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