Justiça

Moraes rejeita liberdade a advogado que atropelou servidora no Lago Sul

Defesa do advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, que foi condenado a 11 anos de prisão, questionava uma decisão do STJ, mantida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele está preso dentro do batalhão da PMDF, no Complexo da Papuda

Paulo Ricardo Milhomem pode ser expulso da OAB-DF -  (crédito: Divulgação/PCDF)
Paulo Ricardo Milhomem pode ser expulso da OAB-DF - (crédito: Divulgação/PCDF)
postado em 24/10/2023 20:02

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou o pedido de liberdade ao advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, condenado a 11 anos de prisão, em regime fechado, por atropelar a servidora pública Tatiana Thelecildes Fernandes Matsunaga. O caso ocorreu em agosto de 2021, no Lago Sul.

A defesa do advogado recorreu ao STF após o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis Júnior rejeitar o pedido de liberdade. Na decisão, Moraes cita que, como regra, é necessário o esgotamento de todos os recursos em instâncias anteriores para que o STF julgue — no entendimento do ministro, o caso ainda tem que ser recorrido no STJ.

Moraes reforçou que o STF só é flexível em casos específicos, como a hipótese de anormalidade ou situações excepcionais, o que não é o caso do advogado, que cumpre pena no 19º Batalhão de Polícia Militar, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda. 

O caso

O advogado foi condenado na madrugada de 26 de julho, pelo júri popular no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Milhomem cumpre pena em regime fechado e responderá pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, quando o crime é agravado ou de maior gravidade. A Promotoria alegou duas qualificadoras para condenar Paulo Ricardo, a primeira por motivo fútil e a segunda pelo emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.

O julgamento durou mais de 15 horas. Além dos advogados de defesa das duas partes, promotores de justiça e da juíza presidente do TJDFT, Nayrene Souza Ribeiro da Costa, foram ouvidas nove testemunhas, entre elas o marido da vítima, Cláudio Matsunaga, o perito contratado para fazer uma perícia de investigação particular e a moradora da região que cedeu imagens de câmera de segurança.

O caso ocorreu em agosto de 2021, por volta das 9h. Tatiana saiu de casa para buscar o filho na escola, pois o menino, de 8 anos, não passava bem. Na volta, a servidora pública teria sido "fechada" por Paulo Ricardo, que dirigia um Fiat Idea cinza.

Os dois tiveram uma discussão no trânsito e o advogado começou uma perseguição. Imagens das câmeras de segurança de imóveis no Lago Sul registraram o momento da perseguição.

Após 3km, na frente da casa da servidora, eles se desentenderam novamente. A servidora pública saiu do carro, foi em direção a Paulo Ricardo, mas voltou ao próprio veículo para buscar o celular e gravar a situação. Nesse momento, o advogado a atropelou.

Minutos depois de atropelar Tatiana em frente à casa dela, Paulo Ricardo aparece nas gravações. Desta vez, às 9h39, quando pegou o caminho contrário ao que percorreu durante a perseguição. Por pouco, ele não atingiu outro veículo. Ele foi embora sem prestar socorro a Tatiana.

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