Carmen Souza é a nova editora de Opinião do Correio Braziliense. A jornalista recebeu a missão de chefiar a editoria comandada por mais de três décadas por Dad Squarisi, que morreu em 10 de agosto deste ano.
Carmen deixa o cargo de subeditora de Saúde e Ciência e avalia que assumir a editoria de Opinião será um desafio: “É um grande desafio assumir uma editoria que tem um papel importante para questões-chave da sociedade, como a pluralidade do debate, o respeito às diferenças, o combate a fake news, a valorização da produção de conhecimento e o compromisso com a ética. Essa é uma marca do jornal, e é uma honra continuar trabalhando por isso em uma nova função".
Carreira premiada
Com 20 anos de carreira, Carmen estreou no jornalismo e no Correio Braziliense como estagiária, escrevendo para o caderno Trabalho&Formação Profissional. Teve passagens pelas editorias de Política, Brasil e Economia, até chegar à de Mundo e Saúde e Ciência, onde ocupou o cargo de subeditora por mais de 10 anos.
A jornalista também recebeu vários prêmios ao longo da carreira, entre eles o Prêmio Bradesco de Longevidade, o Prêmio Senai de Jornalismo e o Prêmio da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho. Além destes, foi finalista no prêmio Vladmir Herzog com a série Histórias de Consciência. Neste mês, foi eleita um das 50 jornalistas negras mais admiradas do país.
- Subeditora do Correio é uma das 50 jornalistas negras mais admiradas do país
- Jornalista do Correio é finalista de prêmio de luta antirracista
Desde 2021, é autora da coluna Pretos no Topo, no caderno Trabalho&Formação, que coloca em pauta a vida de negras e negros e mostra como anda o mercado de trabalho para essa população. Além disso, assumiu, em 2020, a apresentação do programa CB.Sáude, que entrevista especialistas em várias áreas da saúde.
"Ter uma jovem brasiliense à frente da editoria de Opinião é importante e nos deixa orgulhosos", afirma o presidente do Correio Braziliense, Guilherme Machado.
Aluna dedicada
A diretora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, Dione Moura, que é jornalista e pesquisadora de temas de jornalistas negras brasileiras, foi professora de Carmen durante a graduação e revela que, desde o começo, quando aluna de oficina de texto, Carmen já demonstrava talento.
"Mostrava talento e texto cuidadoso, para o texto que exige pesquisa, para o texto que exige apuração, para o texto que parte do princípio de uma postura ética. Ela tinha esse perfil já na graduação. Foi uma aluna muito participativa e muito dedicada, que se destacava mesmo no conjunto dos nossos estudantes de graduação", conta Dione.
Dione conta ainda que, desde que Carmen se graduou, as duas nunca perderam contato e que sempre tiveram uma identificação. Ela e uma outra colega, Márcia Marques, continuaram acompanhando todos os passos da carreira de Carmen. "Esse laço entre mestras e profissionais é um laço que permanece, o nosso contato com ex-alunos, ex-alunas. No caso da Carmen, é 100%. A gente sempre acompanha a carreira dela, e com brilhos nos olhos", acentua.
Sobre ser declarada uma das 50 jornalistas negras mais admiradas do Brasil, Dione adianta que não tem dúvidas de que a presença de Carmen na lista vai inspirar as futuras gerações de jornalistas negras.
"Nós temos muita demanda para ocupar mais espaços de jornalismo, e que sejam ocupados por mais jornalistas negras. Simplesmente para que o jornalismo brasileiro se pareça mais com a sociedade brasileira", finaliza Dione.
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