Câncer de mama

"Paciente não é culpada pela doença", diz oncologista Cristiano Resende

O médico participou do evento Câncer de mama: uma rede de cuidados, promovido pelo Correio Braziliense nesta quinta-feira (19/10)

Cristiano Augusto Andrade de Resende, oncologista clínico no CB.Debate sobre câncer de mama -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
Cristiano Augusto Andrade de Resende, oncologista clínico no CB.Debate sobre câncer de mama - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
postado em 19/10/2023 20:50 / atualizado em 20/10/2023 12:14

Por Sarah Paes — O oncologista do grupo Oncoclínicas Cristiano Augusto Andrade de Resende participou do evento Câncer de mama: uma rede de cuidados, promovido pelo Correio nesta quinta-feira (19/10). No painel Avanços nos diagnósticos e tratamentos, o médico ressaltou a importância da prevenção e do rastreamento da doença. O especialista falou também a respeito dos tipos de tratamento, da importância do autocuidado e do impacto da pandemia de covid-19 na quantidade de diagnósticos.

“O câncer nada mais é do que a proliferação anormal das células, mas isso não é motivo para temer a doença como antigamente. Por isso, a importância do rastreamento para um tratamento direcionado”, explicou o médico durante o CB Debate, que acontece no mês destinado a chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença.

Uma das medidas importantes para a prevenção do câncer de mama é a descoberta na fase inicial. Para isso, o especialista recomenda que as mulheres façam a mamografia, um exame de imagem para detectar o câncer de mama.

“Para um diagnóstico precoce, a mamografia é um exame obrigatório. Além dele, existem vários exames complementares. A recomendação é que a partir dos 40 anos de idade esse exame seja feito de forma anual. O Outubro Rosa é justamente para que as mulheres, que, geralmente, têm jornadas triplas e até quádruplas, se atentem a fazer o exame. Outubro é apenas um mês de lembrete para que isso aconteça”, ressaltou Cristiano.

O médico chamou a atenção para a importância de também falar a respeito das mulheres que estão com câncer. De acordo com a Secretaria de Saúde (SES-DF), entre janeiro e setembro deste ano, foram registrados 430 novos casos da doença na rede pública da capital. No mesmo período, como forma de tratamento, os hospitais realizaram 2.572 quimioterapias, 149 radioterapias e 131 mastectomias.

  • Cristiano Augusto Andrade de Resende, oncologista clínico no CB.Debate sobre câncer de mama
    Cristiano Augusto Andrade de Resende, oncologista clínico no CB.Debate sobre câncer de mama Carlos Vieira/CB/D.A.Press
  • Correio Braziliense realiza o evento Câncer de mama: uma rede de cuidados, no auditório do jornal
    Correio Braziliense realiza o evento Câncer de mama: uma rede de cuidados, no auditório do jornal Carlos Vieira/CB/D.A Press

A importância de adotar hábitos como, por exemplo, alimentação saudável e atividades físicas também foi apontada durante o encontro. “Essas medidas são atos de vida. São tanto para a prevenção quanto para a reincidência. Então, mulheres que passaram a adotar hábitos de vida saudáveis e atividades físicas também ganham benefícios para que o câncer não volte”, acrescentou o médico.

O câncer ainda é uma doença estigmatizada e que gera muitas dúvidas e medos. O oncologista Cristiano Resende destacou que o acesso à informação é uma das formas de aumentar o sucesso dos tratamentos e a cura. “A doença tem um comportamento agressivo, mas a paciente não é culpada pela doença que ela tem. E ter um diagnóstico avançado não significa que aquela paciente não deva ser cuidada de maneira integral. No fim das contas, o que a gente quer é que todas as mulheres possam viver mais e melhor, e a evolução do tratamento está completamente ligada a isso”, explicou.

Tratamento personalizado

A detecção da doença em um estágio inicial é importante também para definir a sequência em que será realizada a busca da cura. “Cada caso é um caso. Se eu tenho um tratamento direcionado, é muito mais provável que ele funcione do que com um tratamento geral para a paciente. Então, o tipo de câncer de mama, o perfil dessa doença e a fase em que ela foi detectada é que vão definir quais tratamentos vamos lançar mão e qual sequência será feita. Às vezes, começar pelo remédio é melhor do que começar pela cirurgia”, apontou o especialista.

“Não podemos demonizar o tratamento, mas o melhor cenário é aquele em que ele começa na fase inicial da doença. Podemos fazer um cuidado personalizado com base nas características de cada um para tentar evitar ao máximo a quimioterapia, que é um tratamento com grau de toxicidade mais alto, ou seja, no qual há um efeito colateral na saúde dessa pessoa”, orientou Cristiano.

Quanto às dúvidas em relação à quimioterapia e suas consequências, o médico afirmou que esses efeitos dependem da saúde de cada pessoa. “Com a quimioterapia eu posso ter a queda de cabelo, a baixa imunidade, náuseas, vômitos, aftas na boca, alteração de sensibilidade. Isso não significa que todos os pacientes vão passar por todos os efeitos colaterais, mas existe uma probabilidade disso acontecer. Todo o tratamento tem muitos benefícios, mas isso não tira a chance de ter essas ocorrências”, concluiu o médico.

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