A mastologista do hospital Anchieta e membro da Sociedade Brasileira de Mastologia do DF (SBM-DF) Fabiana Christina foi uma das convidadas do Correio Debate, evento promovido pelo Correio Braziliense, nesta quinta-feira (19/10), com o tema Câncer de mama: uma rede de cuidados. Na ocasião, Fabiana falou sobre o ponto de vista do tratamento cirúrgico do câncer de mama.
Fabiana iniciou o painel Os avanços no diagnóstico e tratamentos agradecendo a oportunidade de trazer a discussão sobre o câncer de mama para a população. Sendo uma doença totalmente previsível, é essencial que as mulheres saibam da importância do autocuidado e do diagnóstico precoce.
A médica destacou a importância do rastreamento com a mamografia, principalmente para as mulheres a partir dos 40 anos. “Com este exame, é possível detectar lesões não palpáveis, e se feito anualmente, aumenta as chances de um diagnóstico precoce e diminui a mortalidade entre 16% a 56%”, explicou.
Há exames complementares, como: ecografia, ressonância, tomossíntese, mas nenhum deles é tão indicado quanto a mamografia. O teste genético também se mostra de grande valor para o rastreamento da população de alto risco, sendo essa, com tendências à mutações hereditárias, lesões precursoras e histórico familiar.
Cirurgias redutoras de risco também são válidas, mas Fabiana alerta sobre a retirada da mama preventivamente. “É importante conscientizar as mulheres, de que uma retirada da mama sem a devida indicação documentada, pode diminuir os riscos, mas não zera (os riscos de câncer), além de todas as outras as outras complicações que podem surgir”, explicou.
O diagnóstico final, depois do exame, é feito pela biópsia — podendo ser por agulha, ou cirúrgica —, a partir disso é possível seguir para a fase do tratamento, na área da mastologia, cirurgicamente. Ainda de acordo com a médica, o tratamento cirúrgico é para a retirada total da doença, por meio da oncoplastia, com ou sem reconstrução, ou pela mastectomia, neste caso, podendo ser feita a remoção completa da mama.
Fabiana Christina também aponta a importância do exame clínico. "No Brasil, a realização de mamografias foi de apenas 22% em 2019, e menos de 22% no pós pandemia”, alertou. Após o tratamento e cura, também é essencial que a paciente melhore os hábitos de vida, e faça acompanhamento semestral. Após 5 anos, o acompanhamento deve continuar sendo anual, pela chance de reincidência.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
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