Investigação

Tribunal do crime: PCC mata rival por disputa de tráfico e enterra corpo

Nesta manhã, Lucas Caxias da Silva foi preso em Brazlândia. Ele e outros três criminosos são acusados de assassinarem um homem e jogar o corpo em uma cova. Antes de ser morta, a vítima passou por horas de tortura

Cova  -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Cova - (crédito: PCDF/Divulgação)
postado em 10/10/2023 18:09

Sessão de tortura, tribunal do crime e assassinato. Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção do país, protagonizaram um cenário violento por disputa de ponto de drogas em Planaltina. Nesta terça-feira (10/10), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou a operação Ex Humo e prendeu Lucas Caxias da Silva, membro da organização criminosa e responsável pela execução de um rival.

Além de Lucas, outros três faccionados envolvidos no homicídio foram presos, sendo um deles em São Paulo. O crime ocorreu em 24 de junho, no Vale do Amanhecer. A vítima, que não terá o nome revelado para resguardar os familiares, foi sequestrada e levada a uma casa na região ocupada temporariamente por um dos autores.

A polícia começou a investigar o caso, após a mulher da vítima registrar um boletim de ocorrência do marido por desaparecimento. Em depoimento, um dos suspeitos confessou o crime à polícia e deu detalhes do assassinato. Antes de morrer com uma facada, o homem passou por uma sessão de tortura que levou horas. A polícia acredita que ele tenha sido submetido ao tribunal do crime, uma espécie de julgamento da facção. “A vítima foi torturada o dia inteiro. Amarraram as mãos e os pés do homem e o agrediram provavelmente com socos e chutes. Depois, o amarraram com uma corda no pescoço para enforcá-lo até que perdesse os sentidos, momento que foi executado com uma facada no coração”, afirmou, ao Correio, o delegado Marcelo Gaia, da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina).

Membro do PCC
Membro do PCC (foto: PCDF/Divulgação)

Após o crime, os quatro assassinos gravaram vídeos cantando o hino da facção e usaram a filmagem para provar aos líderes que o “trabalho” havia sido feito. Na intenção de despistar a polícia e ocultar provas, os criminosos cavaram uma cova no quintal da residência e enterraram o corpo. O Correio apurou que a vítima é oriunda do Rio de Janeiro e usuária de drogas, mas não há comprovação de que ela seja integrante de uma facção rival.

Lucas, o principal assassino, estava foragido. Morador de Planaltina, ele fugiu para Brasilinha e, depois, para Brazlândia. O criminoso foi preso nesta terça-feira. As prisões, que eram temporárias, foram convertidas pela Justiça em preventiva.

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