Após tempos difíceis de reclusão por conta da pandemia da covid-19, nesta quinta-feira (12/10), no dia dedicado à Nossa Senhora da Aparecida, a capital federal poderá celebrar a Festa da Padroeira nos moldes originais, com evento presencial na Catedral Metropolitana de Brasília e com os fieis na Esplanada dos Ministérios.
Para falar sobre os preparativos deste 12 de outubro, o Podcast do Correio Braziliense, recebeu o Padre Paulinho e o Padre Agenor Vieira. Confira trechos da conversa com os jornalistas Adriana Bernardes e Lucas Móbille.
Festa da Padroeira
"A pandemia fez com que esta pausa fosse ventilada, mas, agora, graças a Deus, já com esses ares superados, nós estamos voltando com toda a força, para fazer com que a novena e a festa em honra a Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, de Brasília, da nossa arquidiocese, da nossa igreja Catedral, possa acontecer como meio de levar as pessoas a um encontro pessoal com Jesus, aumentando a sua espiritualidade e assim vivenciando este mês de outubro que é dedicado a Nossa Senhora para nós católicos."
Padre Agenor
"Nós voltamos às festas públicas na Esplanada. Começamos com a festa de Corpus Christi, que tivemos há pouco tempo, e agora é a festa de Nossa Senhora Aparecida. Essas festas são organizadas durante três meses mais ou menos: termina uma festa e já estamos vendo a outra. Elas são um pouco parecidas na questão da estrutura. Porque mexer na Esplanada dos Ministérios não é simples. É todo um complexo, com todas as autoridades, mas a gente já tem uma equipe que trabalha com muito entusiasmo, graças a Deus, então a gente até não tem tanto trabalho depois desses anos todos. Estamos esperando um público em torno de 50 mil pessoas. Como é o dia das crianças, a ideia é envolvê-las também."
Padre Paulinho
Catedral de Brasília
"É a minha terceira paróquia. Antes eu trabalhava em Arniqueiras, fui para Roma, depois trabalhei em Vicente Pires e agora, há oito meses, estou na Catedral. Ela é conhecida mundialmente: quando eu morei lá fora, quando se falava do Brasil e no aspecto religioso, o que aparecia era a Catedral de Brasília. Porque é uma espécie de vitrine, está junto dos complexos da Esplanada dos Ministérios. E tem um público diferenciado: por exemplo, de terça a sexta tem os funcionários que trabalham nos órgãos públicos e vão à missa às 12h15; no final de semana, tem os turistas nas missas de sábado e de domingo. Então, é uma diversidade."
Padre Agenor
Desafios para a juventude
"A Igreja tem entrado com muita firmeza também nessa questão do mundo virtual. Temos muitos trabalhos de evangelização nas mídias, é o que a gente pode oferecer, de fato, hoje. Os jovens não estão vendo tanta TV e o celular é uma coisa maravilhosa, mas, se a gente não souber usar, é muito perigoso. Os jovens são sedentos por novidades, é um desafio para a gente entender também esses processos. E o que a gente tenta trabalhar com jovens é firma-los na doutrina. Não é só o trabalho humano, é o trabalho do Espírito Santo, e existem muitos jovens nas nossas igrejas, muito jovens."
Padre Paulinho
"As estruturas mais tradicionais foram sacudidas com a pandemia. Para que pudéssemos utilizar esse meio que chegasse até as pessoas através das redes, a Igreja passou por esse momento de se reinventar. Usar as redes de modo consciente, educativo e responsável faz bem para a alma, faz bem para a gente e é uma realidade que não tem como fugir, que a gente tem que ser educar e aprimorar."
Padre Agenor
Guerra
"A guerra não é uma forma abençoada, não é a melhor forma para poder conseguir ou conquistar pessoas ou territórios ou até mesmo em nome da guerra conquistar a paz. Essa é uma falácia. A guerra que inclui matança e destruição de outros povos nunca é uma forma que justifique os seus meios. Por isso, a Igreja, a partir do Papa Francisco e também da doutrina social, não vê a guerra como uma forma de conseguir a paz."
Padre Agenor
"A Igreja não é favorável as condições de guerra, e cabe a nós católicos começar promovendo a paz pela oração, pelo desejo, e por tudo aquilo que nós podemos promover para que a paz se estabeleça, para que haja paz nessas esferas da nação."
Padre Paulinho
Projetos
"Estamos em diálogo com o Iphan, também com o Governo Distrito Federal, e correndo atrás de pessoas que nos ajudem para que alguns projetos possam concretizar. Como por exemplo, um museu e uma iluminação moderna e inteligente que pudesse fazer com que a Catedral colaborasse com ações sociais, como, por exemplo, essa que vivemos agora, o Setembro Amarelo. Queremos que a Catedral também possa entrar nesse circuito de conscientização de orientação dos turistas e dos brasilienses. Nossa iluminação ainda é antiga, gostaríamos da revitalização do espelho da água. Gostaríamos também de fazer com que os sinos voltassem a funcionar. A última reforma da Catedral foi em 2012, mais de 10 anos, então, o tempo faz com que esses danos vão aparecendo e mostrando o que tem que ser reparado mesmo. Queremos melhorar para ter uma visita guiada, através de um aplicativo para entrar nesse mundo da tecnologia, para que possa levar conhecimento e orientação das pessoas, e gostaríamos de tornar a Catedral é mais acessível aos brasilienses. Já está previsto no projeto inicial de Oscar Niemeyer uma capela auxiliar e a expansão da sacristia. Fazer uma capela auxiliar para ter celebrações pequenas para grandes e pequenos grupos de turistas."
Padre Agenor
*Com Raquel Lima, estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti
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